Mulheres Olímpicas: saiba mais sobre a trajetória feminina nas Olimpíadas
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Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 chegaram ao fim no último domingo, dia 8, mas ficarão para sempre marcados na história do esporte brasileiro. Em 12º lugar no ranking geral dos países, o Brasil alcançou a sua melhor posição de todas as edições, além de bater o recorde dos 19 pódios conquistados nas Olimpíadas Rio 2016 - levando, dessa vez, 21 medalhas para casa.
O protagonismo feminino nas Olimpíadas de Tóquio é inegável, principalmente quando falamos da Confederação Olímpica do Brasil. Das 21 medalhas, 9 foram conquistadas por mulheres, sendo esse o melhor desempenho até agora em todas as Olimpíadas que já participaram: Rebeca Andrade, com ouro e prata na Ginástica Olímpica; Martine Grael e Kahena Kunze, com ouro na Vela; Ana Marcela Cunha, com ouro na Maratona Aquática; Rayssa Leal, com prata no Skate; Beatriz Ferreira, com prata no Boxe; a Seleção Brasileira de Vôlei Feminino, com prata; Mayra Aguiar, com bronze no Judô; Bia Ferreira, com prata no boxe; Laura Pigossi e Luisa Stefani, com bronze em Tênis de dupla. Mesmo aquelas que não conseguiram subir ao pódio marcaram os Jogos Olímpicos com partidas emocionantes, como a estreia da Seleção Feminina de Futebol e a goleada de 5 x 0 contra a China.
O que poucos sabem é que, apesar de ser um evento muito popular desde a Antiguidade, nem sempre as mulheres puderam brilhar nas Olimpíadas. A participação feminina já foi proibida por muitos anos nos jogos, assim como sua presença na plateia.
A exclusão das mulheres nas Olimpíadas
Acredita-se que os Jogos Olímpicos tenham surgido na Grécia Antiga, por volta de 776 a.C., como uma forma de homenagear os deuses gregos. No entanto, apenas homens tinham o direito de participarem das competições ou de assistirem aos jogos das arquibancadas.
Após uma pausa nos jogos, que durou séculos devido a proibição por Teodósio I (que era cristão e acreditava que os jogos eram de cunho religioso grego, como um culto politeísta que ia contra seus princípio), as Olimpíadas retornaram em 1896, na Era Moderna, em Atenas, na Grécia. As mulheres poderiam prestigiar e assistir aos jogos, mas ainda eram proibidas de participar. Nesta mesma edição, a atleta Stamati Revithi realizou um protesto no dia seguinte à maratona realizada pelos homens, correndo o mesmo percurso, para provar que mulheres também poderiam competir.
Somente na edição de 1900, que aconteceu em Paris, que as mulheres conquistaram o tão merecido espaço nos jogos, com 22 participantes do sexo feminino. Entretanto, sua participação só aconteceu por conta da desorganização do Comitê Olímpico Internacional (COI), e contra a vontade de Pierre de Coubertin, idealizador das Olimpíadas. A partir de então, as mulheres conseguiram visibilidade para uma área que, ainda hoje, é dominada pelo machismo.
Mulheres brasileiras nas Olimpíadas
Apesar da conquista feminina em Paris, a participação das mulheres em alguns esportes era proibida no Brasil até o ano de 1941, de acordo com a Lei nº 3.199. Na época, mulheres não podiam praticar modalidades “incompatíveis com as condições de sua natureza”, incluindo futebol e suas variações, polo aquático, rugby, beisebol e outros.
O Brasil começou a disputar os jogos da Era Moderna em 1920, quase 30 anos depois de seu início. Mas foi apenas em 1932 que o país viu uma atleta mulher disputar pela medalha, quando a nadadora Maria Lenk esteve nos Jogos de Los Angeles. Ela não foi somente a primeira brasileira a realizar tal ato, como também foi a primeira sul-americana a aparecer nas Olimpíadas.
Ainda assim, as primeiras medalhas só vieram na edição de 1996, em Atlanta, com as duas primeiras colocações no vôlei de praia, a prata no basquete e o bronze no vôlei de quadra. Desde então, diversas medalhas já foram conquistadas em diferentes modalidades pelas mulheres brasileiras, número que só cresce com o passar dos anos.
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