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Afinal, por que a tecnologia 5G é tão importante?
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Afinal, por que a tecnologia 5G é tão importante?

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17/12/2021 14h16
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*Por Robson Calvetti // Antes do início de uma aula, para uma turma de Engenharia, muitos alunos me questionaram sobre o leilão da tecnologia 5G no Brasil, realizado, às vésperas, pelo Governo Federal.

Qual seria a importância dessa tecnologia nas vidas dos brasileiros? Aproveitando a oportunidade para comentar alguns conteúdos do curso, através de um bate-papo descontraído e informal, topei o desafio.

Começamos com a internet e sua óbvia e indiscutível importância atualmente, muitos a considerando como a maior invenção de todos os tempos.

Comentamos sobre a criação, na década de 1980, do chamado Protocolo de Internet, ou Internet Protocol – IP, e sua versão mais atual, a IPv6, que veio substituir a IPV4 em 2012. O que ampliou o número de combinações de endereços para a casa dos 340 undecilhões (340 x1036) de dispositivos que podem ser conectados simultaneamente na internet.

Falando de conexões, começamos com a internet fixa, que saiu da lenta e ultrapassada internet discada, compartilhando as linhas telefônicas e alcançando taxas de transferência de dados de 56Kbps, passou pela banda larga com cabeamento metálico próprio e chegou até a Banda Larga com fibras ópticas, que alcançam facilmente os 600Mbps atualmente, 10000 vezes mais rápida que a "dinossáurica" discada.

Partimos, então, para a internet móvel, com a transmissão via ondas de rádio, evoluindo juntamente com o telefone celular. Começou, discretamente, na 2ª geração da telefonia móvel, ou 2G, já que na 1ª geração, analógica, só havia a conversação por voz.

Com pífio desempenho, alcançava taxas de transferência de dados de até 64Kbps. Foi na 3G, com taxas de até 2Mbps, que a internet móvel se viabilizou como a conhecemos, ainda que modestamente. Daí, com a 4G, com taxas até 100Mbps em movimento e 1Gbps em baixa mobilidade, pudemos desfrutar o que de melhor a internet móvel poderia nos oferecer.

Será?!

– Mas, professor, e o 5G?  – questiona um aluno.

– Calma – respondi –, ainda temos mais protagonistas nessa história.

A Internet das Coisas, ou Internet of Things (IoT), responsável por conectar à rede inúmeros dispositivos, ditos "inteligentes", de uso cotidiano. De lâmpadas a veículos, cada um utilizando um endereço de IP.

E este foi um dos principais motivos para o lançamento da versão IPv6. Lembra dela?

E, num salto, veio a Internet de Todas as Coisas, ou Internet of Everything – IoE. Nela, além dos dispositivos de IoT, se conectam pessoas, processos e dados, a Computação em Nuvem, ou Cloud Computing – CC, com algoritmos de Inteligência Artificial, ou Artificial Intelligence – AI, e de Aprendizado de Máquina, ou Machine Learning – ML, permitindo, por exemplo, a existência das Cidades Inteligentes, ou Smart Cities.

Por fim, outro conceito importante: a latência, ou ping, definindo o tempo que uma requisição leva para ser concluída pela rede, ou seja, para um pacote de dados ir de um ponto ao outro.

Segundo o relatório de desempenho da Internet brasileira no 2º semestre de 2021, gerado pelo SpeedTest, portal especializado em testes de velocidade e desempenho das conexões na rede, as latências médias mais baixas nesse período foram 13ms para a Fixa e 35ms para a móvel.

– Agora, sim, podemos ir para o 5G! – informei.

Segundo os editais do leilão, o 5G iniciará suas operações nas terras tupiniquins em meados de 2022, começando pelas capitais brasileiras. Sua tecnologia móvel será a NR – New Radio, permitindo conexões com latências entre 5ms e 20ms, podendo no futuro chegar a 1ms.

As taxas de transferência de dados deverão ficar entre 10Gbps e 15Gbps, 10 vezes mais rápidas que a máxima do 4G atual. Por si só, esses números já demonstram o poder do 5G. Porém, o mais interessante está por vir. Parafraseando Steve Jobs, com o seu "One more thing…", digo:

– Mais uma coisa… se juntarmos tudo isso, o que poderemos ter?

Respondo que o 5G causará impactos gigantescos em todas as áreas: saúde, transporte, educação, entretenimento, manufatura, energia, agricultura, varejo, finanças, esportes eletrônicos e por aí vai.

Algumas delas para exemplificar.

Na Saúde

  • equipamentos móveis, monitorando pacientes e enviando seus dados aos médicos o tempo todo;
  • sistemas inteligentes de exames laboratoriais e imagens, gerando enormes quantidades de dados remotamente e processando diagnósticos através da Computação em Nuvem e Inteligência Artificial;
  • cirurgias robóticas, controladas à distância, processando dados de sensores e atuadores, exigindo desempenho, precisão e reações em tempo real.

No Transporte

  • veículos privados e públicos, conectados em tempo real com as Cidades Inteligentes e suas múltiplas infraestruturas;
  • ruas, avenidas e estradas inteligentes, melhorando a segurança, fluidez e eficiência dos transportes e usuários;
  • veículos autônomos mais rápidos, confiáveis e seguros, trocando grandes quantidades de informações e executando suas missões, em tempo real, em seus ecossistemas.

Na Educação

  • dispositivos móveis, utilizando as Realidades Virtual, Aumentada, Mista e Estendida, ou Virtual, Augmented, Mixed and Extended Realities – VR, AR, MR and XR, transformando o modo como as pessoas aprendem;
  • professores desenvolvendo novas técnicas educacionais baseadas em tecnologia;
  • estudantes realizando viagens virtuais a museus, pontos históricos, laboratórios, sistemas solares etc.

Na Agropecuária

  • excelência nos processos agrícolas, com monitoramento individual e remoto;
  • sistemas de irrigação, fertilização, controle de pragas, segurança e saúde das criações, monitoramento de culturas, controle da cadeia de abastecimento, geração e armazenamento dos produtos etc. manipulando grandes quantidades de dados, com rapidez e eficiência;
  • integrando zonas rurais amplas e distantes.

E isso é só para começar. Com isto, restava encerrar aquele "bate-papo", devolvendo aos alunos a pergunta:

– Afinal, por que a tecnologia 5G é tão importante?

--

*Robson Calvetti é engenheiro eletrônico especialista em engenharia de software, mestre em engenharia eletrônica e computação e professor dos cursos de Engenharia e Tecnologia da Informação da Universidade São Judas Tadeu

 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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