Espionagem não é apenas tema de filmes do 007
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*Por Vivaldo José Breternitz
Praticamente ao mesmo tempo em que chega aos cinemas o longa metragem Sem Tempo Para Morrer, 25º filme do agente 007, vem a público um fato que mostra que espiões continuam agindo, às vezes gerando fatos que tem aspectos engraçados.
O FBI acaba de prender um casal americano, Jonathan e Diana Toebbe, sob a acusação de estarem vendendo segredos militares a um país estrangeiro.
Jonathan, um engenheiro de 42 anos, trabalhava para a marinha americana em um programa de desenvolvimento de sistemas de propulsão para submarinos nucleares e tinha acesso a segredos militares.
Durante um ano, o casal de espiões procurou entrar em contato com agentes de governos estrangeiros, visando vender esses segredos. No entanto, acabaram encontrando um agente do FBI, que se passava por alguém que trabalhava para outro país.
No ano passado, Jonathan enviou uma carta ao agente, fornecendo uma amostra do material a que tinha acesso. A partir daí, começaram a falar-se por e-mail, usando a ferramenta ProtonMail, um serviço de correio eletrônico criptografado.
O agente então enviou ao casal US$ 10 mil, como adiantamento pelo fornecimento de mais informações – esse valor foi remetido sob a forma da criptomoeda Monero. Logo a seguir, o casal de espiões marcouum encontro presencial para entrega de mais material.
O casal dirigiu-se a um local combinado, onde deixou um cartão de memória, contendo informações secretas, escondido dentro da metade de um sanduiche de manteiga de amendoim.
O agente do FBI recolheu o material e enviou mais US$ 20 mil ao casal de espiões, sempre em criptomoedas. Recebido o dinheiro, o engenheiro mandou um e-mail ao agente, com a chave para decodificação das informações contidas no cartão de memória.
Tendo o FBI confirmado a autenticidade do material, uma segunda entrega foi feita, dessa vez com o cartão de memória escondido em um pacote de goma de mascar – por essa entrega, o casal recebeu US﹩ 70 mil.
Na próxima entrega, o FBI aguardava Jonathan e Diana, que foram presos e em breve serão apresentados à justiça.
Parece filme, mas não é.
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Vivaldo José Breternitz, doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie