Golpe do celular provisório no WhatsApp: entenda como funciona
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O plataforma de proteção a identidades digitais AllowMe identificou em sua base de dados uma nova fraude em crescimento nos últimos tempos: o golpe do celular provisório. O criminoso tem como principal objetivo utilizar uma linha de telefone alternativa com sua foto para alcançar seus familiares e amigos e solicitar alguma quantia para uma "emergência".
"No golpe do celular provisório, o fraudador tem informações relevantes, como o grau de parentesco da pessoa que ele está em contato", diz Fernando Guariento, head de Professional Services do AllowMe.
Uma das formas mais comuns de aproximação do golpista é dizer que o celular dele quebrou e precisou comprar um novo chip para utilizar em um celular provisório.
"Com essa desculpa, o fraudador pede uma transferência em dinheiro para alguma urgência, já que no novo celular o aplicativo do banco ainda não está autorizado a fazer esse tipo de transação", comenta Guariento.
O golpe do celular provisório vem sendo aplicado com frequência no WhatsApp. Apesar de o número de telefone ser diferente, as pessoas se sentem confortáveis porque estão conversando com uma conta que possui a foto de quem diz estar falando e ainda as chamam pelo nome.
O golpe do celular provisório está relacionado com vazamentos de dados. Os fraudadores estão se aproveitando de inúmeros leaks que ocorreram nos últimos meses. Para eles, é simples encontrar na internet o nome completo, telefone e até mesmo CPG, RG e e-mail de uma pessoa.
"Com esses dados, é fácil encontrar alguma rede social. Temos o costume de marcar familiares e deixar explícito nas legendas das fotos qual o grau de parentesco com eles, e são com essas informações que o fraudador age", completa Fernando.
Após fazer essa pesquisa, os golpistas simplesmente baixam uma foto e entram em contato para relatar uma emergência e pedir dinheiro – a maioria acha que o telefone da outra pessoa foi clonado. Mas na verdade quem está ali, conversando com o fraudador, é quem teve os dados vazados.
"Quando o golpista consegue seus dados e faz uma pesquisa em suas redes sociais, ele não possui o telefone de seus pais ou irmãos, mas o seu. Portanto, ele verifica em seu perfil quem são as pessoas mais próximas e se passa por elas para aplicar um golpe em você" finaliza.
O que fazer para escapar desse golpe?
O ideal é não deixar as redes sociais abertas para que qualquer um possa acessar. Esse é o primeiro passo para que os golpistas não consigam saber quem são pessoas próximas a você. Se você já possuir as contas de redes sociais fechadas apenas para amigos e parentes e mesmo assim sofrer esse tipo de ataque.
Isso ocorre porque, provavelmente, você acabou caindo em algum phishing que deu acesso ao fraudador às suas contas, como do Google, por exemplo, o que deixaria possível ao golpista baixar todos os seus contatos (e assim saber quem é seu pai, sua mãe). Por isso, sempre preste atenção nas URLs e não saia clicando em qualquer anúncio ou link que recebe pela internet.
Outro ponto importante é sempre desconfiar quando alguém pede dinheiro a você. Se um parente (ou alguém se passando por ele, inclusive com a foto) entra em contato e diz que teve um problema e precisa de dinheiro sempre cheque com ele no número principal. Além disso (e aqui talvez seja o passo mais importante), peça para fazer uma chamada de vídeo com a pessoa que está falando com você.