O leilão do 5G foi realizado. E agora?
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*Por Vivaldo José Breternitz
Finalmente foi efetuado o leilão de faixas de frequências que permitirá a implantação em nosso país da quinta geração de telecomunicações (o 5G). Ele não é apenas uma atualização dos sistemas 4G já existentes, mas sim uma tecnologia radicalmente nova.
O 5G permite conexões de altíssima velocidade à internet, viabilizando, no nível mais pessoal, melhor qualidade e velocidade em jogos, filmes e downloads em geral. Em um nível mais amplo, permitirá avanços como a Internet das Coisas, a 4ª Revolução Industrial, as Cidades Inteligentes, a melhoria dos serviços de internet nas escolas públicas e outros.
Não aconteceram grandes surpresas no leilão. As operadoras de grande porte adquiriram os lotes que lhes interessavam. Surgiram grupos menores que poderão gerar um certo nível de concorrência às grandes operadoras, o que é bom para tornar melhores os preços e qualidade do serviço. Os valores obtidos ficaram dentro do esperado e alguns lotes menores não receberam ofertas, devendo voltar a leilão no futuro.
Agora, os vencedores começam a se movimentar, pois o leilão lhes impôs algumas obrigações, como:
- disponibilizar o 5G em todas as capitais até 31 de julho de 2022
- levar a tecnologia a todos os munícipios
- oferecer 4G ao longo de 31 mil quilômetros de rodovias
- injetar R$ 3,1 bilhões para promoção de conectividade nas escolas
- instalar redes de fibra óptica, via fluvial, na região amazônica e outros.
Apesar de o 5G certamente levar o Brasil a um novo patamar tecnológico, muitos consumidores ainda vão ter que conviver por muitos anos com o 4G, pois de acordo com os prazos fixados pelo edital do leilão, algumas localidades terão acesso à nova tecnologia apenas em 2029.
Apesar de os celulares antigos continuarem a funcionar normalmente, somente poderão usar o 5G os celulares fabricados para isso, ainda caros no Brasil, com preços acima dos R$ 1.500, mas que tendem a cair com o aumento do número de usuários da tecnologia.
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*Vivaldo José Breternitz é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor do Programa de Mestrado em Computação Aplicada da Universidade Presbiteriana Mackenzie