WhatsApp: entenda como funciona o golpe do emprego de meio período
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Contatar alguém via WhatsApp para oferecer uma oportunidade de trabalho já é uma prática comum entre os RHs das empresas. Aproveitando-se desse movimento, no entanto, fraudadores têm utilizado o mesmo canal para buscar possíveis vítimas. É o conhecido golpe do emprego de meio período.
Como funciona o golpe do emprego de meio período
O time de segurança do AllowMe deu sequência à tentativa de golpe para entender como funciona. O primeiro contato ocorre via torpedo SMS, com a gramática alterada para burlar os sistemas de segurança das operadoras, e um link direcionando para o WhatsApp. Vale ressaltar que os números são aleatórios, conseguidos por meio de dados vazados ou bases comercializadas na internet. Não é algo direcionado.
Assim que a vítima acessa o link enviado por SMS, um golpista inicia uma conversa por WhatsApp, se passando por um entrevistador, e pede algumas informações como nome completo, idade e experiência profissional.
Segundo o “entrevistador”, o trabalho será para ajudar empresas a melhorar sua reputação. A atividade deverá ser feito pelo celular e dura de 10 a 30 minutos. Então, o golpista afirma que vai enviar um link para a plataforma de trabalho, que é diferente daquela usada pelos usuários regulares.
Em seguida, a vítima deverá se cadastrar e receberá R$ 5 em sua conta, o que seria o equivalente a primeira renda. A partir daí o golpe começa realmente.
A proposta do golpista é para que a vítima exerça uma função de “consumidor”, tendo de realizar compras de produtos pré-selecionados pela plataforma, o que trará um reembolso de R$ 30, além de uma comissão inicial de R$ 17,50. Após isso, o golpista promete que para cada aquisição subsequente, a vítima receberá uma comissão de 30%.
O que acontece na verdade
Imagine que você entrou na plataforma e recebe um saldo inicial de R$ 5. O primeiro produto que deverá comprar para aumentar a reputação da tal loja custa R$ 30, portanto você deve inicialmente depositar R$ 25 para a plataforma. Após realizar a “compra”, esse dinheiro é imediatamente “devolvido”, aparecendo como um balanço e que poderia ser sacado a qualquer momento por você.
Contudo, quando você tenta realizar o saque, a plataforma informa que é necessário o cumprimento de um número X de tarefas, que virão na sequência. Após realizar a primeira aquisição e se empolgar com a suposta comissão, você segue comprando e vai para a segunda tarefa, que necessita de um depósito um pouco maior.
Por exemplo, a tarefa número 2 é a compra de um celular no valor de R$ 1.000. A vítima, então, deposita esse dinheiro na conta da plataforma e, ao realizar o pedido, já recebe o dinheiro de volta com o valor da comissão de 30% somado. Ou seja, terá mais de R$ 1.300 no “balanço”.
E assim segue. Sempre que a vítima quiser sacar o dinheiro receberá uma tarefa ainda mais cara para cumprir até ela perceber que aquilo se trata de um golpe e não conseguirá mais recuperar as finanças.
Insistência
O time de especialistas do AllowMe, ao identificar como o golpe do emprego de meio período funcionava, decidiu encerrar o contato e não dar mais seguimento à conversa. Apesar disso, o criminoso passou vários dias insistindo para que os depósitos fossem realizados. E ainda enviou supostos comprovantes que mostravam que algumas pessoas já estavam recebendo dinheiro com o trabalho.
Os valores demonstrados chegaram a ultrapassar a casa dos R$ 15 mil. “O ideal é não entrar em contato com o golpista e simplesmente ignorar as mensagens. Além disso, fique atento e não preencha cadastros ou baixe aplicativos desconhecidos, já que o criminoso terá em mãos dados importantes que podem ser usados até para outros golpes de engenharia social”, aconselha Gustavo Monteiro, Managing Director do AllowMe.
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