#AstroMiniBR: o registro da morte de uma estrela
Tecmundo
Todo sábado, o TecMundo e o #AstroMiniBR reúnem cinco curiosidades astronômicas relevantes e divertidas produzidas pelos colaboradores do perfil no Twitter para disseminar o conhecimento dessa ciência que é a mais antiga de todas!
#1: Uma Estrela entre estrelas
Cecilia Payne-Gaposchkin foi uma astrônoma britânico-estadunidense responsável por uma das descobertas mais importantes na Astronomia. Cecilia Payne descobriu que as estrelas são feitas em grande parte dos dois elementos químicos mais leves que existem: o hidrogênio e o hélio. Com isso ela mostrou, em uma época em que a maioria dos cientistas acreditava que a composição do Sol era semelhante à da Terra, o que veio a resultar na conclusão de que o hidrogênio é de longe o elemento químico mais comum nas estrelas e, portanto, no Universo. Ela fez essa descoberta aos 25 anos, enquanto estava realizando sua pesquisa de doutorado e, além disso, estabeleceu que as estrelas podem ser classificadas de acordo com suas temperaturas. Payne foi uma das mais brilhantes cientistas de todos os tempos e foi a astrônoma mais eminente de sua época. Ela também foi a primeira a ser nomeada professora titular na Universidade de Harvard e a primeira a presidir um departamento de Astronomia.
#2: Tudo pode ser pequeno demais sob a perspectiva correta
Que o Sol é o maior corpo celeste do Sistema Solar e Júpiter o maior dentre os planetas não é surpresa para ninguém! Porém, o quão grandes realmente são esses gigantes? Bom, Júpiter tem um diâmetro de cerca de 142.984 km no equador e um diâmetro de aproximadamente 133.708 km nos seus polos. Isso significa que Júpiter tem mais de 11 vezes o diâmetro da Terra. Além disso, sua massa é equivalente a 318 massas terrestres e seu volume corresponde a 1.300 terras! Algumas estimativas apontam que se Júpiter fosse cerca de 70 vezes mais massivo, provavelmente teria se transformado em uma estrela em vez de um planeta. Porém, mesmo esses números impressionantes são pequenos em comparação ao Sol! Nosso Sol é 11 vezes mais largo que Júpiter. Tem um diâmetro de 1,39 milhão de quilômetros e cerca de 1.000 júpiteres caberiam com folga dentro dele!
#3: Não foi dessa vez, Betelgeuse!
Um estudo publicado na revista científica The Astrophysical Journal no último dia 06 apresentou os resultados de um trabalho que visualizou em tempo real o fim da vida de uma estrela supergigante vermelha pela primeira vez na história, contrariando a expectativa geral de que seria Betelgeuse a responsável por protagonizar esse espetáculo. Os astrônomos puderam observar os processos finais e a rápida autodestruição da estrela massiva antes de entrar em colapso em uma supernova Tipo II. Os dados coletados mostram registros impressionantes material circunstelar denso ao redor da estrela no momento da explosão. Para isso a equipe utilizou dois telescópios localizados no Havaí, o Instituto de Astronomia Pan-STARRS da Universidade do Havaí e o Observatório WM Keck em Maunakea. As observações foram feitas durante os últimos 130 dias antes da explosão final da estrela e representa um avanço significativo na nossa compreensão de como as estrelas morrem. A estrela foi detectada pelo Pan-STARRS no verão de 2020 e no outono do mesmo ano, a supernova iluminou o céu no campo de observação do telescópio. A equipe, então, rapidamente capturou o poderoso evento e obteve o primeiro espectro de seu explosão, catalogada como SN 2020tlf.
#4: Os sons das auroras!
Causada pela interação de partículas solares com moléculas de gás na atmosfera da Terra, os belíssimos fenômenos de auroras geralmente ocorrem perto dos polos do planeta, onde o campo magnético é mais intenso. Porém, o que não sabíamos é que esses eventos podem, em certas circunstâncias raras, produzir sons audíveis. Relatos de sons oriundos de auroras foram, historicamente, descartados pelos cientistas. Mas, estudos recentes publicados a partir do ano de 2016 afirmam ter confirmado que as luzes celestes do norte realmente são capazes de produzir sons audíveis. Contudo, o som que foi reportado se assemelhar com o barulho de um pedaço de carne batendo em uma frigideira ainda não possui uma explicação consensual para a sua causa, permanecendo ainda uma questão em aberto!
#5: A patrulha brasileira de meteoros
Na primeira sexta-feira do ano (7), o projeto do Observatório de Astronomia da Unesp da cidade de Bauru consolidou uma parceria estabelecida inicialmente em 2015 com a rede nacional de patrulhamento de meteoros. O projeto conhecido como Patricia (acrônimo de Patrulhamento Investigativo do Céu por Imageamento Automático de Meteoros) contou com a instalação de uma estação de coleta de dados e agora colabora mais intensamente com a Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON, da sigla em inglês Brazilian Meteor Observation Network). O primeiro registro da passagem de um meteoro ocorreu na noite do mesmo dia 7, apenas algumas horas depois da instalação do equipamento, inaugurando, assim, mais uma etapa na patrulha celeste brasileira!