Brasileiros criam mapa mais nítido do céu com telescópio da NASA
Tecmundo
Uma equipe de quatro astrofísicos ligados ao Grupo de Buracos Negros do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP conseguiu produzir o mais nítido mapa do céu já realizado.
A imagem foi produzida a partir de dados do Telescópio Espacial Fermi de Raios Gama, da NASA, que é voltado para o estudo de fenômenos astrofísicos, fontes de alta energia e matéria escura. O telescópio, que começou a funcionar em junho de 2008, é capaz de captar os raios gama, um tipo de luz que não é visível ao olho humano.
Atualmente, a equipe da USP é a única do Brasil a participar do grupo de colaboração internacional do Telescópio Espacial Fermi, que reúne mais de 300 cientistas para estudar os fenômenos mais energéticos que ocorrem no Universo.
Os dados do Telescópio Espacial Fermi, da NASA, foram utilizados pelos astrofísicos brasileiros para produzir o mapa do céu. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)
Para produzir o mapa do céu, os astrofísicos atribuíram diferentes cores para cada radiação gama captada pelo telescópio. Os raios gama são ondas eletromagnéticas, como os raios X, no entanto, possuem uma quantidade muito maior de energia, entre cem milhões e um trilhão de vezes maior que a presente na luz visível.
A imagem rastreia as fontes energéticas do céu e evidência os diferentes tipos de emissões e suas respectivas origens e causas com as cores que os olhos humanos conseguem identificar. Dessa forma, as diferentes formas de emissão, como as originadas da interação do gás do meio interestelar com os raios cósmicos, podem ser vistas com nitidez.
O mapa produzido pelos astrofísicos brasileiros apresenta, no centro da imagem, como uma faixa horizontal muito brilhante a Via Láctea, a galáxia que abriga o Sistema Solar.
Acima e abaixo do plano de nossa galáxia, ainda ao centro da figura, é possível visualizar as bolhas de Fermi, dois jatos de raios gama que se projetam a partir centro do plano galáctico e se estendem por cerca de 25 mil anos-luz. Estas bolhas estão associadas a alguma atividade recente do Sagitário A*, o buraco negro supermassivo que se encontra no centro de nossa galáxia.