China desenvolve novo sistema de vigilância em massa
Tecmundo
O governo da China está desenvolvendo um novo sistema de vigilância baseado em reconhecimento facial capaz de monitorar pessoas que integram “grupos de interesse” para a administração local. É o que apontam documentos acessados pela BBC, revelados nessa segunda-feira (29).
Conforme a publicação, a ferramenta se baseia em dados coletados de celulares, redes sociais, bancos de fotos, registros de posses dos cidadãos (carros e imóveis) e às suas viagens pelo território chinês (passagens e hospedagens). Câmeras instaladas em locais públicos também fazem parte do serviço.
Todos os detalhes reunidos são usados para formar um banco de dados que classifica a população em três categorias, sistema que lembra um semáforo. O nível vermelho identifica as pessoas de "maior preocupação" para as autoridades, enquanto o amarelo inclui os cidadãos em geral e o verde se refere a quem “não oferece perigo”.
A tecnologia de reconhecimento facial usa as imagens das câmeras para identificar os alvos do sistema.
De acordo com o veículo britânico, os jornalistas são o principal alvo do sistema de vigilância chinês, sendo classificados no nível vermelho. O software usa as câmeras para identificar seus rostos em meio à multidão e pode rastreá-los, alertando às autoridades sobre a sua localização.
Outros alvos do sistema
Além dos jornalistas, os estudantes fazem parte do grupo prioritário a ser monitorado, principalmente os estrangeiros, como indica o relatório. O objetivo é verificar se eles se adequam às normas locais, com as escolas sendo obrigadas a notificar sobre os alunos que despertariam preocupação.
Mulheres que chegam à China em busca de trabalho, assim como aquelas traficadas de países vizinhos, seriam outro grupo de interesse, conforme os documentos que fazem parte de um processo licitatório. Eles foram publicados em julho pela administração da província de Henan.
Não há confirmação de que o sistema já esteja funcionando, mas a ONG Human Rights Watch classificou a intenção do governo chinês de vigiar os cidadãos como “assustadora”.