Cigarro eletrônico: 7 coisas que você deve saber antes de usá-lo
Tecmundo
Cigarro eletrônico, vape, juul, smok, e-cigarete e e-cigar. O nome pode até mudar, mas a essência é a mesma: um dispositivo apresentado em diferentes formatos (cigarro e caneta, por exemplo), com uma bateria (geralmente de íon-lítio) e depósito onde é inserido um líquido a ser aquecido e inalado (que, na maior parte, das vezes contém nicotina).
O crescimento do interesse pelo cigarro eletrônico está em ascensão no mundo inteiro. Uma simples busca no Google e você encontra uma infinidade de lojas e perfis em redes sociais vendendo o aparelho e o estilo de vida que o acompanha, além de ensinamentos sobre a "arte de fumar o vape".
Suas origens remontam a década de 1960, mas a criação do 1° modelo comercial é dada ao farmacêutico chinês Hon Lik, fundador da Dragonite International. De lá para cá, o cigarro eletrônico, que surgiu como uma estratégia de seu criador para interromper o uso do cigarro convencional (fumava um maço por dia desde os 18 anos), virou o novo vilão da saúde. Reunimos aqui 7 informações que você precisa saber antes de se aventurar a fumar um vape.
1. Como funciona um cigarro eletrônico?
Geralmente em formato cilíndrico, o cigarro eletrônico tem uma ponteira que faz as vezes de piteira, um tanque para o líquido e a base onde está a bateria. A bateria é responsável por aquecer o líquido para que este seja inalado, simulando o ato de fumar.
Ainda que não tenha alcatrão e o monóxido de carbono dos cigarros tradicionais, o vape pode conter nicotina, substância responsável pela dependência química. Além dela, os líquidos, também conhecidos como juices, têm produtos solventes, como água, propilenoglicol, glicerina e aromatizantes para conferir sabor.
2. Do que são feitos os juices, líquidos inalados ao fumar um cigarro eletrônico?
As principais substâncias que compõem o juice (também chamado de e-juice ou e-liquid.) são a glicerina vegetal e o propilenoglicol. Nem todos têm aromatizantes ou essências para agregar sabor e aroma ao vapor, o mesmo vale para a nicotina.
A glicerina vegetal é uma substância sem cor e cheiro, viscosa e tem sabor adocicado, sendo considerada segura para o consumo. É ela que garante no ato de fumar um vape que a fumaça exalada seja densa e branca.
O propilenoglicol é um composto orgânico sintético, cuja função é realçar o sabor dos aromatizantes. Ainda que sua toxicidade seja baixa, ele pode causar irritação nas mucosas dos olhos e das vias aéreas superiores, incorrendo em quadros de bronquite e asma.
3. Fumar cigarro eletrônico faz mal à saúde?
Essa é uma pergunta ainda sem resposta conclusiva. Na Ciência, sabe-se que a nicotina faz mal e causa dependência, porém não existem ainda estudos que comprovem todos os malefícios causados pelos cigarros eletrônicos.
Sabe-se de sua utilidade em determinados casos de tratamento ao tabagismo, atuando como uma ferramenta de transição entre o cigarro comum e o fim do hábito de fumar, mas nem isso é consenso.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o vapor emitido pelos aparelhos pode aumentar as chances de infecções pulmonares, tais como enfisema pulmonar, além de causar dermatite, doenças cardiovasculares e, no pior cenário, câncer.
4. Se eu fumar um vape corro risco de virar fumante?
Em artigo publicado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), foi possível identificar que fazer uso de cigarro eletrônico aumenta em mais de três vezes o risco de experimentação do cigarro comum e em mais de quatro vezes o risco de uso de cigarro.
Como boa parte dos e-liquid contém nicotina, o usuário que fumar pode ser levado à dependência dessa substância e, consequentemente, passe a procurar outros produtos tabagistas.
Como se sabe, o tabagismo é um dos principais fatores de risco evitável que é responsável por mortes, doenças, diminuição da qualidade de vida e sobrecarga no sistema público de saúde. Por essa razão, especialistas em Saúde recomendam que não fumantes não façam uso de cigarros eletrônicos.
5. É seguro andar com um e-cigarette no bolso?
Andar com um vape eletrônico no bolso apresenta os mesmos tipos de risco que portar um celular. Notícias por vezes circulam narrando explosões causadas por e-cigars, tanto no bolso como em mãos, causando queimaduras e ferimentos graves. Entretanto, a bateria dos cigarros eletrônicos costuma ter controle de segurança, o que evita maiores catástrofes.
6. Corro riscos de pegar covid-19 usando cigarro eletrônico?
No último ano, a Associação Médica Brasileira publicou um artigo afirmando que o uso de narguilé, cigarro eletrônico e de tabaco aquecido aumentava o risco de infecção pela covid-19.
No ano de 2019, usuários de vapes apresentaram lesões nos pulmões, que resultaram em insuficiência respiratória aguda, internação em UTI e, até mesmo, mortes, quadro clínico batizado como EVALI (algo como "lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico ou vape", em tradução livre), ou seja, em função de sua toxicidade pulmonar, usuários deste tipo de dispositivo apresentam aumento do risco para a covid-19.
7. É ilegal fumar um desses dispositivos eletrônicos?
Desde 2009, uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe comercialização, importação e propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar. A proibição leva em conta não apenas os riscos à saúde pelo uso das substâncias, mas também os riscos de explosão e queimaduras, além de tentar evitar a disseminação dos dispositivos entre jovens.
Porém, a agência reguladora vem discutindo a possibilidade de atualizar essa resolução, já que novas pesquisas sobre o tema estão sendo elaboradas. Não significa que o cigarro eletrônico está em vias de ter a venda liberada, podendo, inclusive, receber ainda mais restrições.