Como fazer compras internacionais pela internet
Tecmundo
Você já quis muito adquirir um produto, mas não conseguiu comprá-lo no Brasil? Ou então encontrou o mesmo produto com preços muito mais baixos em outro país? Se você faz parte de um desses grupos e quer aprender as formas mais seguras de realizar compras internacionais com o menor número possível de riscos, acompanhe este artigo.
O TecMundo preparou um apanhado das perguntas e respostas mais frequentes quando o assunto é comprar em lojas de outros países. Ao terminar de ler o texto, esperamos que você tenha sanado todas as suas dúvidas referentes aos valores que podem ser cobrados e os riscos assumidos em compras desse tipo.
O que você precisa ter para fazer uma compra internacional?
Para realizar uma compra em sites estrangeiros não é mais necessário ter um cartão de crédito internacional. Os cartões de crédito precisam ser habilitados pelos bancos, mas ainda têm taxas altas que nem todas as lojas internacionais aceitam.
A grande maioria dos bancos que oferecem contas universitárias já disponibiliza os cartões internacionais na ativação dos contratos. Em alguns casos, o cliente precisa ir até a agência para habilitar as opções de compras fora do país.
O problema dos cartões internacionais está no custo. Fora a taxa de 6,38% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), essa modalidade geralmente usa o câmbio "turismo", com um preço muito mais elevado do que o valor comercial da moeda. Atualmente, existem alternativas mais baratas, que vamos mostrar a seguir.
Como economizar nas compras internacionais
Um jeito de evitar pagar tão caro na compra é usar um serviço de carteira virtual, que funciona como uma conta no exterior com cartão. Você carrega a carteira (por boleto, TED ou Pix) com um saldo em reais e esse valor é enviado para a carteira no país onde pretende comprar. Dessa forma, você paga apenas 1,1% de IOF e utiliza uma cotação monetária mais em conta.
Serviços facilitadores
- CambioWallet : para compras nos EUA, recomendamos a carteira virtual da CambioReal, que dá acesso a um cartão de débito virtual Visa ou Mastercard que pode ser utilizado em qualquer loja estadunidense. É uma empresa com mais de 17 anos no mercado que oferece uma das melhores cotações para economizar na compra em lojas virtuais norte-americanas.
- Importa Fácil : os Correios brasileiros têm um sistema muito interessante para quem quer importar produtos individuais. Confira no site oficial do serviço como podem ser feitos os pedidos para garantir que os produtos sejam enviados e recebidos sem problemas.
- SkyBox.net : se você quer comprar produtos dos Estados Unidos, mas não consegue porque os vendedores só entregam em endereços norte-americanos, uma ótima opção é utilizar o SkyBox. O serviço é pago e realiza o intermédio entre as lojas e os consumidores, criando uma caixa postal física nos EUA para estrangeiros.
- PayPal : utilizando contas nesse serviço, os usuários não precisam expor seus cartões de crédito para vendedores desconhecidos. Adquirindo créditos PayPal, é possível comprar produtos em lojas estrangeiras sem realizar a transação diretamente, pois o serviço funciona como um intermediário, no entanto tem uma cotação mais cara do que as carteiras virtuais.
Como escolher o vendedor?
Essa parte é uma das mais importantes de todo o processo, afinal se escolher um vendedor sem analisar todos os itens necessários é possível que o produto encomendado nunca chegue à sua casa. O primeiro passo é avaliar se o vendedor (ou a loja virtual) entrega os produtos no Brasil. Se não for o caso, você pode usar o serviço de uma redirecionadora. Essas empresas recebem o pacote — no país estrangeiro — e o enviam para o endereço no Brasil.
Hoje, esse serviço é comum e muita gente já usa. Apenas fique atento à reputação da redirecionadora e às garantias que ela dá para que a encomenda chegue em segurança no Brasil. Para usar o serviço de redirecionamento, você precisa colocar o endereço da redirecionadora como sendo o destinatário da encomenda no país estrangeiro. O custo desse serviço varia dependendo do tamanho e do peso do pacote, geralmente entre US$ 50 e US$ 150.
Caso o vendedor realize as entregas em terras brasileiras, é muito importante verificar como está a reputação dele com outros compradores que realizaram negociações (algo muito parecido com o que ocorre no Mercado Livre). Você deve verificar se os compradores avaliaram as negociações positivamente.
Outro ponto que merece análise é o tipo de entrega oferecido pelo vendedor. First Class International costuma ser o tipo de frete mais barato, mas o tempo de entrega é bastante variável (podendo levar semanas ou meses). Priority Mail é rastreado e, se passar de US$ 50, cobra os 60% de importação agregados. Express Mail é o mais rápido e caro de todos.
Quais são todas as taxas envolvidas?
Como é sabido, há uma gama de taxas que são cobradas para os produtos que são trazidos de fora do país. O problema é que pouca gente sabe quais são elas e o que representam. Confira:
- Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) — Cobrado por toda e qualquer mercadoria que ultrapasse os limites estaduais e municipais ou as fronteiras nacionais. Ou seja, é o valor agregado a todos os produtos, visto que qualquer "troca de mãos" é considerada circulação.
- Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) — Cobrado sobre todos os produtos que não são produzidos artesanal ou manufaturadamente. Para produtos importados, a taxa é cobrada sobre o valor do produto já com as taxas de importação acrescidas.
- Imposto sobre Importação de Produtos Estrangeiros (II) — Todos os produtos que chegam de fora do país são taxados com esse imposto. É importante frisar que para a saída dos produtos não são cobrados tributos.
O que acontece na alfândega?
Para grande parte dos importadores, a alfândega é uma verdadeira vilã, pois é nela, ou na aduana, que os departamentos responsáveis pela fiscalização das importações e das exportações agem. Nesses setores, são feitas comparações entre o que foi declarado pela pessoa que está entrando no país e o que realmente existe nos pacotes.
Há uma série de “poréns” nas alfândegas. Muitos produtos que são considerados “para uso pessoal” (clique aqui para ler o conceito de bagagem da Receita Federal) não são tarifados, por isso não têm taxas adicionais. Entretanto, isso vale apenas para quem viaja para comprar os produtos, e como estamos falando de lojas internacionais a conversa é um pouco diferente.
Segundo a Agência Brasil, para pessoas físicas as importações não podem ultrapassar o valor de US$ 3 mil. Atualmente, até US$ 500 o imposto simplificado corresponde a 60% da compra e inclui os valores do produto e das taxas eventuais (frente e seguro). Já no caso de compras de US$ 500 a US$ 3 mil, o ICMS também recai, junto aos R$ 150 referentes ao despacho aduaneiro.
Derrubando mitos
Geralmente, as compras que somadas não passam de US$ 50 dólares não são tarifadas como produtos importados. Mas é importante notar que isso não é uma regra, pois tudo depende da sorte do comprador; ou seja, se a alfândega desconfiar que há contrabando em um lote de importações, é possível que todos os produtos ali sejam taxados.
Outro fato importante é que muitos acreditam que se os produtos forem enviados como presente não há taxa de importação. A verdade é que esse mito funciona da mesma maneira que o item anterior: tudo depende de a aduana fiscalizar o produto ou não.
Isenções
Há uma série de produtos que não são taxados, independentemente dos valores cobrados pelos materiais. Livros, revistas e periódicos são considerados bens culturais, por isso não sofrem taxas. Remédios com receita para pessoa física específica também não podem ser taxados, assim como bens adquiridos nas free shops internacionais.
Principais lojas
As principais lojas que oferecem segurança nas compras são Amazon, AliExpress, Gearbest, Shopee, Wish e BestBuy para produtos Apple. Sites que reúnem vendedores, como o eBay, também são muito utilizados, mas nesse caso é necessário avaliar bastante a reputação dos vendedores para evitar “dores de cabeça”. Você deve se lembrar sempre de analisar se os produtos podem ser enviados para o Brasil; caso contrário, é necessário utilizar serviços como o SkyBox.
O TecMundo espera que as principais dúvidas da maioria dos usuários tenha sido sanada com este artigo. É importante reforçar que há riscos em compras desse tipo, por isso é recomendado que toda a legalidade seja seguida durante as compras – assim você poderá reclamar seus direitos caso algo saia errado.
Se você conhece outros modos de comprar em lojas internacionais, conte para nós. Aproveite o espaço dos comentários para dizer também o que achou das dicas deste artigo.