Dados ocultos de carros da Tesla com Autopilot são descriptografados
Tecmundo
O Instituto Forense da Holanda (NFI) anunciou nessa quinta-feira (21) ter descriptografado os dados de direção armazenados pelos carros elétricos da Tesla. As informações podem ser utilizadas na investigação de acidentes graves envolvendo o sistema Autopilot.
Já era de conhecimento dos investigadores que os automóveis da fabricante americana armazenam e criptografam esses dados. No entanto, eles descobriram ainda mais informações do que esperavam ao descodificar os arquivos, fazendo a engenharia reversa do sistema nos modelos S, X, Y e 3.
Segundo o NFI, o procedimento mostrou que a companhia registra detalhes como a velocidade do carro, ângulo do volante, posição do acelerador e a atuação do freio, entre outros. Além disso, ficam armazenadas as informações sobre o sistema de direção semiautônomo da Tesla (Autopilot) e de outras ferramentas de assistência ao condutor.
Carros da Tesla armazenam informações sobre a condução e as enviam para a montadora.
Ainda de acordo com os pesquisadores, os dados do piloto automático da Tesla eram liberados anteriormente. Mas nos modelos mais recentes, a empresa liderada por Elon Musk passou a criptografá-los, com o objetivo de proteger a privacidade do motorista, detalhes da própria fabricante e de fornecedores.
Registros precisos
Usando os dados extraídos, o laboratório forense holandês realizou testes com um Tesla Model S para compará-los com o mundo real. Os resultados mostraram que os registros do sistema eram “muito precisos”, com desvios menores que 1 km/h.
As informações também foram utilizadas na análise de acidentes com carros da marca, como na colisão entre um veículo com piloto automático ligado e outro à frente que freou repentinamente. Conforme os peritos, a apuração mostrou que o condutor interveio, assumindo o controle da direção e dentro do tempo de resposta esperado.
“Esses dados contêm uma riqueza de informações para investigadores forenses e analistas de acidentes de trânsito e podem ajudar em uma investigação criminal após um acidente de trânsito fatal ou um acidente com ferimentos”, concluiu o NFI.