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'Desafio da banana' no TikTok pode deportar sírios; entenda
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'Desafio da banana' no TikTok pode deportar sírios; entenda

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Tecmundo
04/11/2021 23h30
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O 'Desafio da Banana' do TikTok, onde refugiados sírios estabelecidos na Turquia comem bananas, pode ser motivo de deportação no país. Visto como uma ofensa ao país devido à crise econômica, autoridades prenderam 11 sírios que participaram da trend e estão ameaçados de deportação. 

Inspirado no vídeo de uma discussão entre sírios e turcos sobre a situação econômica da Turquia, país que abriga a maior quantidade de refugiados, sendo 3,6 milhões de sírios, uma jovem síria defende a ética de trabalho dos refugiados. Em resposta, turcos sugeriram que os sírios e os afegãos no país estavam roubando seus empregos.

O vídeo se tornou viral após um dos turcos dizer: “Vejo sírios no mercado comprando quilos de bananas, eu mesmo não tenho dinheiro para comprá-las”. A frase logo se tornou um bordão do TikTok, onde sírios publicaram vídeos comendo bananas e incentivando outros sírios a participar do desafio.

(Fonte: Sana Haberlerim Var/Twitter/Reprodução)(Fonte: Sana Haberlerim Var/Twitter/Reprodução)

Com o sentimento antirrefugiados crescente no país, os turcos não receberam bem a brincadeira; uma das provocações que mais causou insatisfação foi a que substitui a bandeira turca por uma banana. Autoridades locais realizaram apreensões de alguns sírios que participaram do desafio por “provocação e incitação ao ódio” e anunciaram que assim que a parte documental estivesse pronta, eles seriam deportados. 

Intimidação

Políticos dos partidos nacionalistas — que vem tomando espaço no país — se posicionaram a favor das prisões. Ilay Aksoy, da legenda nacionalista Iyi Parti, disse em um tweet que “aqueles comedores de banana estão zombando de nós e insultando nossa bandeira”.

Já o Partido Democrático Popular disse que os presos foram vítimas de racismo. Membros da diáspora síria da Turquia disseram que não estão zombando os turcos, mas do racismo e a deterioração econômica que está ocorrendo no país.

Deema Shullar, jornalista síria morando em Istambul, disse à BBC que, apesar de a maioria dos vídeos ser inofensivos e “meras piadas”, a Turquia possui leis rígidas que proíbem insultos contra o Estado, sua bandeira e presidente. Portanto, os autores dos vídeos podem ser processados a partir dessas leis. 

Ela ainda diz que a deportação funciona como um  “ato de intimidação” por parte do governo turco e que até mesmo uma postagem no Facebook, quando interpretada de maneira errônea, pode ser motivo para banir um sírio.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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