Dia do programador: devs dão dicas para quem está iniciando na área
Tecmundo
Por trás de cada site e programa que você acessa no celular ou computador, casualmente ou no trabalho, existem milhões de códigos que passaram pelas mãos de desenvolvedores. A profissão é celebrada globalmente no Dia do Programador, comemorado em 12 ou 13 de setembro.
A data varia porque não foi escolhida aleatoriamente: a celebração ocorre no 256º dia do ano. O número em questão é conhecido no setor de desenvolvimento, já que representa fatores como a quantidade de valores distintos que podem ser representados com um byte de 8 bits, além de ser a potência mais elevada de 2 antes de 365 — o número total de dias do ano.
Além de ser cheia de significados e números, a programação também conta com uma das áreas mais movimentadas no mercado de trabalho. Com crescimento de até 600% em alguns setores e dezenas de vagas sendo abertas com frequência, a profissão chama a atenção de quem está em busca de novas oportunidades na carreira.
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Para celebrar esse dia especial, o TecMundo conversou com pessoas que trabalham na área e obteve dicas para quem pretende se tornar um programador ou programadora. Confira!
Aprendizado constante
Segundo Mayk Brito, programador e educador focado em iniciantes na área de programação Web, o primeiro passo para começar a entender a área é deixar de lado os preconceitos. A imagem do desenvolvedor está muito relacionada com entusiastas da computação, mas pode ser interessante para diferentes tipos de profissionais, dependendo do contexto. "Depois que derrubar alguns mitos, talvez você dê uma chance a si e ingresse na área", explica o especialista.
Brito também relaciona a programação com esportes e instrumentos musicais: você ficará melhor e aprenderá cada vez mais se praticar. "Tenha foco e objetivo, praticando todos os dias, pois programar é uma atividade prática como fazer algum esporte ou tocar um instrumento musical", sugere. "Não é uma corrida de 100 metros, mas uma maratona, e só vence quem completar o percurso."
Perseverança para sempre estar aprendendo é essencial.
Enquanto maratonistas estão sempre em busca de novos recordes, a corrida dos programadores é em busca de conhecimento. A perseverança e paciência para sempre aprender são essenciais no segmento. É o que sugere Laiza Benevides, desenvolvedora Front-End que criou o projeto de Conecta Elas .
"Você sempre vai ter que pesquisar e estudar para se atualizar das novas tecnologias e evoluir profissionalmente", explica a programadora. "Por isso, ter paciência é fundamental para aprender a lidar com o tempo de espera durante o processo e o foco para não desistir no meio do caminho."
Segundo define Laiza, a "capacitação é sempre o melhor investimento para a carreira". Além de ficar ligado nas tecnologias que estão sendo utilizadas pelo mercado, a programadora também sugere que os novatos devem levar o aprimoramento para outras habilidades, como as "soft skills" , para ganhar a atenção dos recrutadores.
Abertura para várias carreiras
Um estudo realizado pelo Institute For The Future aponta que 85% de todas as profissões que estarão disponíveis no mercado em 2030 ainda não existem, mas grande parte dessas vagas serão puxadas pelo setor de tecnologia. A coordenadora de desenvolvimento na Involves, Amanda Rosa, é uma das pessoas que resolveu apostar no segmento.
Setor está aberto para receber novos profissionais.
Após fazer vestibular para Zootecnia, Amanda conheceu a programação por dica de um amigo e resolveu se arriscar na área, e ela não é a única a trilhar esse caminho. Thiago Farias, que trabalha como desenvolvedor de softwares na Effecti, atuava na área científica e educacional antes de entrar no mundo da programação.
Segundo Farias, os novos programadores devem aproveitar sua bagagem profissional para direcionar seu caminho no setor. "Para uma pessoa que já possui outra formação ou carreira, uma abordagem interessante para iniciar na programação é utilizar das suas habilidades e competências prévias na hora de escolher uma área e candidatar-se a vagas", explica o profissional.
"Uma das habilidades importantes para um desenvolvedor/a é saber lidar com o domínio, como as regras de negócio do software que está sendo desenvolvido e necessidades dos clientes. Assim, quem têm experiência na área de contabilidade, por exemplo, certamente vai agregar bastante aos times de desenvolvimento de softwares que, direta ou indiretamente, lidam com essa área", sugere Freitas. "Por outro lado, algumas habilidades mais gerais (liderança, atendimento e análise de dados, por exemplo) também podem ser diferenciais."
Oportunidades de crescimento
A profissão também pode contar com desafios, mas a vontade de aprender e o apoio de outros profissionais pode ajudar os novos programadores a evoluírem. Mateus Conceição trabalha como desenvolvedor web na divisão de agricultura da empresa Hexagon, mas entrou na empresa sem muito conhecimento sobre o segmento de agronegócio e está evoluindo dentro da companhia.
"Entrei na empresa no fim de 2019 visando cumprir um estágio para o meu curso de Engenharia de Controle e Automação. Apesar de não ter nenhum conhecimento sobre agronegócio, isso não impactou em minha escolha pela empresa, visto que era um estágio e iria aprender no decorrer das atividades", explica. "Aos poucos fui entendendo como funcionam os processos, tanto da empresa quanto dos clientes."
Entre a rotina de projetar e implementar sistemas para as empresas, Conceição destaca que o apoio dos gerentes é essencial para a evolução da carreira e dos negócios. "Ainda é um desafio entender as demandas do setor devido à falta de conhecimento e vivência do campo e suas especificidades, mas os gestores estão sempre tentando diminuir essa lacuna a fim de garantir que os produtos satisfaçam as necessidades dos clientes".
Vagas crescem para novatos
Graças ao crescimento do setor de tecnologia, vagas não devem faltar no mercado de programação futuramente. Segundo dados da Geekhunter, posições como desenvolvedor e cientista de dados tiveram um crescimento de 185% na oferta de empregos durante o primeiro trimestre de 2021 em relação ao ano passado.
Empresas investem em capacitação para buscar novos talentos.
Até 2030, a expectativa é que o setor de tecnologia da informação (T.I.) alcance um déficit de mão de obra de aproximadamente um milhão de pessoas no Brasil, aponta a consultoria McKinsey. Com esse cenário, as empresas estão cada vez mais proativas em oferecer capacitação na área para buscar novos talentos.
“As pessoas irão procurar transicionar de carreira ou se desenvolver para avançar profissionalmente e os métodos tradicionais de educação não darão conta”, explica Leandro Herrera, fundador da empresa de Tera, que trabalha oferecendo serviço de educação. Auxiliando companhias como iFood e Itaú, a startup já ajudou na formação de mais de 6 mil estudantes.
Outra companhia que está apostando na capacitação para buscar potenciais funcionários é a Hostgator, que trabalha com hospedagem de sites. A empresa criou um programa chamado Starter, que ajuda na transição de carreira para desenvolvimento. “Com o programa, ajudamos na transição de carreira, um movimento difícil para profissionais de todas as áreas, e ainda conseguimos absorver novos talentos", relata a head de pessoas da firma, Giulianna Boscardin.
Cheio de oportunidades e desafios, o mercado de programação é cada vez mais essencial na nossa sociedade conectada e deve ganhar ainda mais espaço nos próximos. Você já trabalha no setor e tem dicas para compartilhar? Deixe sua sugestão para os iniciantes no campo dos comentários!