Existem 40 quintilhões de buracos negros no universo, diz estudo
Tecmundo
Pesquisadores da Scuola Internazionale Superiore di Studi Avanzati (SISSA), em Trieste, na Itália, publicaram neste mês um estudo na revista The Astrophysical Journal, no qual avaliam a formação e a evolução dos buracos negros (BHs na sigla em inglês) no universo. A pesquisa apurou que cerca de 1% da matéria comum do Universo está dentro de buracos negros estelares, e também avaliou, de forma inédita, quantos BHs existem.
Teoricamente, buracos negros são objetos astronômicos com atração gravitacional tão intensa que nenhuma partícula, e nem mesmo a luz, consegue escapar dele. Das duas principais classes desses objetos existentes, os cientistas optaram por abordar, nesse primeiro artigo de uma série, a demografia dos buracos negros de massa estelar, formados a partir do colapso de uma estrela com mais de 20 massas solares, sob seu próprio peso.
Massivo buraco negro estelar (ilustração). (Fonte: NASA/CXC/M.Weiss/Wikimedia Commons/Reprodução.)
Quantos buracos negros existem no universo?
Para responder à intrigante questão sobre o número de buracos negros existentes no universo, os pesquisadores elaboraram um método inédito para efetuar o cálculo. Para isso, trabalharam com um modelo detalhado de evolução estelar e binária acoplado a receitas de formação de estrelas e enriquecimento de metais em galáxias individuais.
Todos esses fenômenos foram investigados pelos autores do estudo com o uso de uma técnica de computação, que calculou o número e a massa dos BHs ao longo da história cósmica. O resultado, considerado “um dos primeiros e mais robustos cálculos ab initio da função de massa do buraco negro estelar ao longo da história cósmica" foi que o número deles dentro do universo é cerca de 40 quintilhões, ou 40 x 1018, ou ainda 4 seguido de 19 zeros: 40.000.000.000.000.000.000!
Segundo os autores, a pesquisa pode ser o ponto de partida para estimar também o número de buracos negros de massa estelar no universo primitivo, o que ajudaria a investigar a origem de “sementes cósmicas” e o crescimento de BHs supermassivos. Como se vê, a "saga" espacial continua.
ARTIGO The Astrophysical Journal: doi.org/10.3847/1538-4357/ac34fb