FIFA 22 melhora jogabilidade e surpreende na diversão
Tecmundo
Lançar um jogo de futebol no mercado é um desafio à parte. Primeiro porque as empresas possuem menos de um ano para imaginar algo diferente da última versão. Segundo, porque uma das comunidades mais xiitas se encontra dentro deste universo. Com isto, o leitor deve entender como é difícil agradar os jogadores deste gênero, não é mesmo?
Basta analisar que a atual concorrência se divide em dois jogos, da Konami e da Electronic Arts. Mesmo assim, os soldados defendem com unhas e dentes cada um dos títulos. Por sorte, a discussão fica apenas no mundo digital.
Eu sempre fui um apaixonado por jogos de futebol, mas diferentemente de muitos jogadores, nunca entrei nessa guerra. Já fui jogador de FIFA, já fui amante do PES, chamado agora de eFootball.
Teve ano que eu optei por um, teve período que preferi o outro e assim a vida seguiu. Digo isto, pois o que realmente me importa é a diversão, independentemente do título que você esteja jogando. E que seja assim, afinal a concorrência é importante para o crescimento de cada uma das franquias.
Vida longa na antiga geração!
Nos últimos três anos optei pelo título da Konami, mas agora não teve jeito. Depois da atrocidade cometida pela empresa com o eFootball, migrei para o game da Electronic Arts sem dó ou tristeza.
Mesmo antes de ser lançado no mercado, eu já teria uma preferência pelo FIFA 22, pois o hiato na jogatina da série seria benéfica para mudar de ares e encontrar um jogo totalmente diferente do que eu joguei há alguns anos.
Isto não significa que eu não tenha colocado as mãos nos últimos títulos da EA Sports. Afinal, jogador que se preza sempre dá uma conferida no rival, né?
Já estou com mais de 45 horas de jogo no FIFA 22 e é possível dar um parecer técnico embasado em muito gameplay coletado e absorvido. Será que a franquia evoluiu o suficiente para tomar conta do mercado nos próximos anos?
Antes de tudo é importante dizer que eu testei a versão de PC. Assim como aconteceu na franquia de basquete da 2K Sports, a versão do FIFA 22 para computadores ainda se encontra na antiga geração. E vale destacar também que vivemos no Brasil e a maioria dos jogadores ainda se encontram nela.
Basicamente, a grande diferença entre as versões aparece na utilização da tecnologia Hypermotion, que mudou de patamar as animações dos atletas em jogos esportivos.
Confesso que sou um jogador que me importo com gráficos. Porém, chegamos a um estágio de excelência que a minha preocupação frente a isto caiu bastante. Hoje em dia eu prefiro um jogo de futebol que tenha uma jogabilidade agradável e divertida.
Futebol feminino também existe, EA Sports!
Eu vou escrever muito sobre o gameplay do game, mas antes é necessário contextualizar tudo o que nos cerca em FIFA 22. O primeiro ponto importante são os modos de jogo.
Todos eles estão presentes por lá. Partida rápida, Liga dos Campeões, Libertadores, modos online, como o Ultimate Team e os modos carreira: jogador e manager. O Volta também está presente, focado no modo online.
A Liga dos Campeões recebeu as mesmas artes encontradas no torneio oficial. O mesmo ocorre com as músicas e apresentação antes do início da bola rolar. Com a narração do Gustavo Villani a imersão ficou sensacional, te colocando dentro do verdadeiro mundo do maior campeonato do futebol.
Vale destacar que o feito na Liga dos Campeões também pode ser encontrado na Libertadores, com artes idênticas às reais e o verdadeiro clima da competição, que não existe em outro lugar do planeta.
A nota triste fica para o espaço dado ao futebol feminino, refém de seleções e com muitas delas com jogadoras e nomes genéricos. Com o destaque cada vez maior da modalidade, no Brasil e em todo o mundo, a empresa marcou um verdadeiro gol contra por aqui.
Já que estamos falando sobre genérico, vale destacar que a grande briga entre Konami e EA Sports ainda se encontra fora do mundo digital. Digo isto, pois os acordos de exclusividade com os clubes seguem destruindo a experiência de jogo.
Por mais que o FIFA tenha uma infinidade de ligas, muitos times possuem nomes genéricos. Um grande exemplo disso é o Campeonato Brasileiro, onde os jogadores possuem nomes e faces alternativas.
A verdadeira diversão
Os modos carreira solo e manager seguem presentes e, assim como na antiga geração, possuem detalhes pertinentes e que ajudam demais na imersão do jogo. No solo existe uma árvore gigantesca de desenvolvimento do atleta.
Já, no manager é possível ver diversos itens para agregar sua diversão, com muito dinamismo e usabilidade. Posso dizer tranquilamente que são os dois estilos que mais me agradaram, junto com o Ultimate Team. E por falar nele….
Por mais que ainda seja um desafio psicológico jogar o famoso modo das cartinhas, ele está robusto e com muita interatividade para customização do seu time. Impressiona como todos os recursos foram pensados a dedo para agradar a maioria dos jogadores.
Lógico que se você quiser montar um super esquadrão terá que gastar um bom dinheiro. Como o jogador depende da sorte para tirar bons jogadores, prepare-se. Dos 30 pacotes ouro que eu abri, o melhor jogador que saiu foi o Sergio Agüero, de overall 84.
Uma pena que a jogatina online destrói tudo o que encontramos por trás deste excelente modo. Digo isso porque a empresa teima em colocar a defesa em modo manual, fazendo com que você fique enlouquecido para controlar sua zaga.
Em certos momentos é desanimador ver o adversário passar pela sua defesa como se tivéssemos cones no gramado. Por que isto, Electronics Arts? Por quê?
Pelo bem da nação isto pode ser retirado ao jogar no modo offline. E é aqui que finalmente iremos dedicar um bom tempo para o que realmente importa em um jogo de futebol: a jogabilidade.
Aprimoramento fino
Neste quesito, o FIFA 22 está em outro patamar, se comparado ao seu antecessor. Aliás, abrindo um parênteses, caso fosse pior que o FIFA 21 seria motivo para enterrar a franquia, né?
O primeiro grande ponto destacado se encontra nas animações. Elas estão muito bem feitas, mesmo na antiga geração. O salto foi grande com o visto no FIFA 21 e isto impacta diretamente no gameplay.
Não existe mais aquela correria desenfreada de antes. Você percebe um jogo mais cadenciado e parecido com o que encontramos nas versões anteriores do Pro Evolution Soccer. É possível perceber que as variações de jogo funcionam, como infiltrações, triangulações e tabelas.
Vale destacar que os volantes finalmente recuam para ajudar o setor defensivo. A recomposição é aceitável, por mais que eles não entrem na área para ajudar a sua defesa. Nos jogos anteriores era triste ver como eles ficavam parados no meio do caminho.
Algo que não me agradou foi a presença dos velocistas. Por mais que a física de contato tenha melhorado muito, ainda vale muito a pena ter jogadores com muita aceleração no seu elenco.
Para você ter uma ideia, atletas como Vini Jr. e Adama Traoré são disputados a tapa pelos jogadores nos leilões do Ultimate Team.
A inteligência artificial está menos óbvia. Você percebe claramente que não existem roteiros a serem seguidos no ataque. As variações são grandes. Isto é ótima característica para aumentar o fator replay da jogatina offline
Vale destacar as telas de estatística que estão completas e com informações muito pertinentes. Elas ajudam muito na hora de mudar táticas de jogo. Isto mostra que o game está muito mais tático do que as versões anteriores.
Inclusive existem muitas orientações únicas para cada jogador, o que dá uma diversidade maior na hora de jogar. Só que vamos aguardar um pouco, pois a Electronic Arts ADORA lançar atualizações que mudam intensamente a jogabilidade.
Vale a pena?
Fazia um bom tempo que eu não me empolgava com um jogo de futebol. Lógico que o FIFA 22 tem problemas, como os citados nesta análise, mas me surpreendi bastante. Ainda mais quando falamos de um jogo da antiga geração.
Com a queda vertiginosa da concorrência, FIFA 22 deverá ser a única opção jogável nesta temporada. Esperamos que a Electronic Arts continue neste crescimento da franquia nos próximos anos.
FIFA 22 foi cedido gentilmente pela Electronic Arts para a realização desta análise.