Física quântica: acelerador de partículas mais poderoso do mundo é religado
Tecmundo
Após cerca de três anos em manutenção, o acelerador de partículas LHC (Large Hadron Collide), do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), será reativado para observar e entender sobre mais incógnitas do universo. Há cerca de 10 anos, o CERN realizou a descoberta da partícula de bóson de Higgs, um marco importantíssimo para a física quântica.
O bóson de Higgs é uma partícula subatômica que surgiu após o big bang e foi responsável por criar a vida como conhecemos. Ao reativar o colisor, os cientistas podem encontrar mais informações sobre a misteriosa matéria escura e descobrir outras novas informações sobre os “blocos de construção da vida”.
Nesta terça-feira (5), os feixes estáveis atingiram níveis máximos e, assim, permitiram que os cientistas coletassem dados físicos pela primeira vez em anos. O LHC permanecerá ligado pelos próximos quatro anos, até chegar a nova rodada de manutenção e atualizações.
Operar uma máquina como o LHC demanda muito tempo e segurança para não danificar as máquinas ou a saúde dos cientistas.
O LHC fica localizado abaixo do solo perto de Genebra, na Suíça, onde mais de 12 mil cientistas realizam pesquisas sobre o universo e buscam descobrir novas partículas subatômicas. Ao todo, o CERN é constituído por 23 estados-membros e 7 membros associados.
Em 2021, o Brasil foi eleito como membro associado e ganhou poder para expandir sua atuação nos laboratórios da instituição.
“O Higgs foi uma espécie de Santo Graal. Mas agora temos um próximo Santo Graal – que são as partículas de matéria escura", disse o chefe do grupo de operações do departamento de feixes do CERN, Rende Steerenberg.
Como o LHC funciona?
O colisor LHC usa ímãs supercondutores que aceleram feixes de prótons, e outras partículas, até quase a velocidade da luz em uma estrutura circular de 27 quilômetros de comprimento. Assim, os cientistas usam diferentes instrumentos para analisar as chuvas de partículas geradas durante as colisões de energia.
De acordo com o físico da Universidade de Chicago e funcionário do CERN, David Miller, os ímãs, injetores, detectores e sistemas de coletas de dados foram atualizados durante os anos de manutenção. “Isso levará a melhorias em nossa sensibilidade à nova física ou à capacidade de medir as coisas com mais precisão sobre toda a física antiga”, disse Miller ao The Wall Street Journal.
No fim de abril de 2022, feixes de prótons começaram a circular em níveis de energia baixos, mas os cientistas devem aumentar lentamente a energia dos feixes para não ocorrer nenhum problema. Segundo Steerenberg, o processo de funcionamento do LHC é um pouco parecido com o lançamento de um foguete.