Google é processado por deixar de cumprir o lema 'não seja mau'
Tecmundo
Um grupo formado por três ex-funcionários do Google nos Estados Unidos está processando a gigante das buscas por ela supostamente deixar de honrar o seu lema "não seja mau". No processo iniciado na segunda-feira (29), eles afirmam que foram demitidos por contestarem ações que iam contra o slogan.
De acordo com a ação movida no tribunal estadual da Califórnia, a big tech violou o lema ao vender tecnologia para autoridades de imigração americanas, envolvidas em táticas de detenção desumanas. Entre elas, estaria a separação de crianças dos seus pais.
Considerando o trabalho dos agentes da lei "maléfica", os ex-engenheiros de software da companhia de Mountain View Sophie Waldman, Rebecca Rivers e Paul Duke se manifestaram contra a oferta da tecnologia. Porém, a empresa não teria gostado da reclamação.
A gigante de Mountain View parece ter abandonado o antigo lema.
Segundo os signatários do processo, eles foram demitidos após chamarem a atenção da companhia para a violação do lema, em 2019. Por sua vez, a Alphabet alega que a dispensa dos colaboradores ocorreu pelo não cumprimento das políticas de segurança de dados da organização.
Contrato previa direito de se manifestar
Na ação, os ex-funcionários afirmam que as políticas internas do Google exigem a adoção dos "mais altos padrões possíveis de conduta ética nos negócios". Além disso, o código de conduta da empresa mencionaria o direito de manifestação dos trabalhadores caso acreditem que a corporação não esteja cumprindo as regras.
Curiosamente, eles teriam sido dispensados justamente por exercerem tal direito. Os engenheiros ainda negam o acesso e o vazamento de documentos confidenciais, contestando a justificativa pela sua demissão, e pedem indenização cujo valor não foi revelado.
Adotado no início dos anos 2000, o lema "não seja mau" do Google ("Don't be evil", em inglês) passou por mudanças em 2015, quando a frase "faça a coisa certa" começou a ganhar destaque. Aparentemente, o slogan original foi abandonado em 2018.