Hamsters deram início a surto de covid-19 em Hong Kong, sugere estudo
Tecmundo
Já era de conhecimento da comunidade científica que os hamsters são animais suscetíveis ao vírus SAR-CoV-2, sendo, portanto, utilizados em laboratórios para estudar a covid-19. Porém, uma pesquisa realizada por virologistas concluiu que os simpáticos animaizinhos foram responsáveis por um surto humano de covid-19 na cidade de Hong-Kong.
De acordo com o estudo, hospedado no dia 28 de janeiro na comunidade de preprints SSRN (ainda não revisto por pares), uma análise genômica de amostras virais dos roedores vendidos como animais de estimação confirmou as suspeitas de que uma loja de pets foi a fonte do surto, que já infectou até agora 50 pessoas com a variante Delta do coronavírus, e provocou o abate de cerca de dois mil animais no território autônomo da China.
Fonte: Amakuha/Wikimedia Commons/Reprodução.
Como ocorreu o surto de covid-19 em Hong-Kong?
Coautor do estudo, o virologista Leo Poon, da Universidade de Hong-Kong, explicou que a ocorrência de um caso de covid-19 na cidade que se notabilizou por adotar uma abordagem estrita de tolerância zero com a doença foi considerada "um pouco bizarra". O fato ocorreu no dia 15 de janeiro e o paciente, funcionário de uma loja de animais de estimação, recebeu diagnóstico "positivo" para a variante Delta, cepa registrada pela última vez em outubro.
Logo, as autoridades sanitárias coletaram mais de 100 animais no petshop e mais 500 no depósito que o abastecia. Embora nada tenha sido detectado nos hamsters-anões, coelhos, cobaias, chinchilas e camundongos, o RNA viral característico do SARS-CoV-2 e também anticorpos contra a covid-19, foram achados no sangue de 15 dos 28 hamsters-sírios (Mesocricetus auratus).
Os pesquisadores analisaram as sequências genômicas das amostras de 12 hamsters e três pessoas infectadas. Todas continham a variante Delta do coronavírus.