Julian Assange poderá recorrer de sua extradição no Reino Unido
Tecmundo
Julian Assange, fundador do Wikileaks, ganhou nesta segunda-feira (24) o direito de recorrer à Suprema Corte britânica sobre a sua extradição para os EUA, deferida em dezembro passado por uma corte londrina . A um passo de sua remoção do Reino Unido, o jornalista e ativista australiano recebeu uma sobrevida para lutar contra supostas acusações do governo norte-americano que poderiam colocá-lo na prisão por 175 anos.
As acusações feitas pelo Departamento de Justiça dos EUA contra Assange referem-se à publicação de centenas de milhares de informações militares confidenciais em 2010 e 2011. Para convencer os juízes, a justiça americana acena até mesmo com sua decrépita Lei da Espionagem, do tempo da Primeira Guerra Mundial. As informações, publicadas no site do WikiLeaks , expõem possíveis crimes de guerra dos EUA no Iraque e Afeganistão.
Fonte: Graphic Tribe/Wikimedia Commons/Reprodução.
A saga de Julian Assange
Assange está atualmente detido na prisão de alta segurança de Belmarsh, em Thamesmead no sudeste de Londres, após o Equador revogar , em abril de 2019, o seu asilo político na sua embaixada londrina, no qual se encontrava desde 2012. Mas o fundador do WikiLeaks conseguiu, em uma decisão de primeira instância no início de 2021, uma suspensão de sua extradição para os EUA. Contudo, em dezembro, os EUA conseguiram reverter novamente a decisão em Londres.
Após a vitória norte-americana, a Anistia Internacional veio a público, chamando a decisão da corte britânica de "farsa da justiça". Segundo a organização mundial de defesa dos direitos humanos, a acusação contra Assange representa “uma grave ameaça à liberdade de imprensa tanto nos Estados Unidos quanto no exterior”.
De acordo com o release da organização, divulgado após a decisão de extraditar Assange para os EUA, "se for mantida, ela prejudicaria o papel fundamental dos jornalistas e editores na investigação de governos e exposição dos seus delitos". Uma extradição de Assange poderia colocar os jornalistas de todos os lugares do mundo sob constante ameaça, conclui a nota.