Maior joalheria do mundo só vai vender diamantes feitos em laboratório
Tecmundo
Quando a maior joalheria do mundo, a dinamarquesa Pandora, decidiu em maio do ano passado que não venderia mais diamantes extraídos na natureza, passando a utilizar exclusivamente as gemas artificiais produzidas em laboratório, joalheiros do mundo inteiro passaram a ver as chamadas joias sintéticas com outros olhos. Afinal, ambos os tipos de pedra são diamantes reais, diferindo apenas quanto à sua origem.
Enquanto os chamados diamantes naturais se formaram ao longo de milhões de anos pela força da natureza, os diamantes de laboratório são produzidos por técnicos a partir de um cristal de carbono dentro de uma câmara de micro-ondas com metano (ou outro gás com átomos de carbono). O resultado – uma bola brilhante de plasma superaquecida – cria partículas que se cristalizam em forma de diamantes em até dez semanas.
Quando a Pandora fez sua opção pelos diamantes sintéticos, o CEO da empresa, Alexander Lacik, explicou à BBC que a transição era parte de um plano mais amplo em direção à sustentabilidade. Com a prática, a tecnologia tem melhorado, os pesquisadores apuraram sua criatividade, mas ainda existem problemas: a fabricação de diamantes artificiais demanda muita energia elétrica em sua produção, o que pode significar mais queima de combustíveis fósseis em alguns lugares do mundo.
Como os artificiais estão impactando o mercado de diamantes no mundo?
Fonte: Pandora/Facebook/Divulgação.
Embora as estratégias sejam naturalmente baseadas em critérios econômicos, um número crescente de joalheiros tem adotado a venda de diamantes sintéticos, antes restrita a lojistas como o Walmart, como forma de promover paisagens naturais e ecossistemas. De acordo com a BBC, em 2020, a produção dos diamantes feitos em laboratório atingiu um montante entre 6 a 7 milhões de quilates no mundo.
Como cada quilate (o equivalente a 0,200 grama) produzido manualmente significa menos um quilate extraído do solo, o aumento dos sintéticos implicou em queda na produção dos diamantes retirados da natureza que, segundo a consultoria Bain & Co., foi de 111 milhões de quilates em 2020, contra um pico de 152 milhões registrados em 2017.