Musk: Tesla não é reconhecida por 'vidas salvas' pelo Autopilot
Tecmundo
Elon Musk foi nomeado Personalidade do Ano de 2021 pela Time e conversou com o editor-chefe e CEO da revista, Edward Felsenthal, sobre seu trabalho, incluindo os acidentes causado pela tecnologia Autopolot da sua empresa de carros elétricos, Tesla.
A companhia teve sua tecnologia de direção autônoma associada a 12 acidentes em 2018, o que rendeu ações legais de clientes. Alguns processos são por acidentes fatais, outros buscam compensações contra a Tesla por deturpar e usar marketing enganoso sobre seus serviços de piloto automático e Full Self-Driving.
Falando sobe o assunto, Musk disse que a tecnologia é lembrada pelos acidentes, mas não ganha destaque pelas "vidas salvas" durante seu uso. “Alguém me disse no início de quando estávamos buscando autonomia: mesmo que você salve 90% das vidas, os 10% que você não salva vão processá-lo”, disse Musk à revista.
"Acho que é uma daquelas coisas em que você não será necessariamente recompensado pelas vidas que salvar, mas com certeza será culpado por vidas que não salvar", completou o executivo. O empresário ainda ressalta que melhoras notáveis foram observadas mensalmente nas capacidades de direção autônoma dos veículos recentemente.
(Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Diferente do que se imagina, o piloto automático da Tesla é projetado para auxiliar a direção, mas não faz o carro andar sozinho e ainda requer a atenção total do motorista para evitar acidentes. Quando ativada, a tecnologia é responsável por monitorar o ambiente ao redor e manter o carro centralizado na pista com uma distância segura.
Sob investigação
Segundo o Relatório de Segurança de Veículos da Tesla, somente no segundo trimestre de 2021, a empresa registrou uma colisão para cada 4,41 milhões de milhas, cerca de 7 milhões de quilômetros, usando a tecnologia Autopilot. Em carros Tesla sem piloto automático, o número de colisões aumenta para uma em cada 1,2 milhão de milhas, ou 1,92 milhão de quilômetros.
A Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário (NHTSA, sigla em inglês) dos Estados Unidos começou a investigar, em agosto, 765 mil veículos da Tesla que foram produzidos desde 2014. A investigação começou após o software Full Self-Driving ter causado 11 acidentes, levando uma pessoa a óbito e ferindo outras 17.
A NHTSA enviou cartas à Tesla em setembro pedindo mais informações sobre os acordos de não-divulgação com os proprietários, além de solicitar que a empresa recolhesse os veículos quando fosse necessária uma atualização de software para consertar falhas de segurança. A empresa atualizou o Autopilot logo que a investigação iniciou, na tentativa de corrigir problemas.