Netflix perde assinantes pela 1ª vez em 10 anos e prevê mais perdas
Tecmundo
Em carta aos investidores divulgada nesta terça-feira (19), a Netflix informou que registrou uma perda de 200 mil assinantes no primeiro trimestre de 2022 — em comparação com o quarto trimestre de 2021. Em mais de uma década, esta é a primeira vez que a gigante do streaming registra um resultado negativo. Ainda segundo a empresa, a estimativa é de que as quedas continuem e resultem em cerca de 2 milhões de usuários deixando a plataforma.
"Nosso crescimento de receita desacelerou consideravelmente, como mostram nossos resultados e projeções", diz a empresa no início da carta. Entre os principais pontos que têm impactado a receita, a empresa cita a concorrência e a pandemia de covid-19. A empresa fechou o trimestre com US$ 7,87 bilhões de receita.
Outros fatores que impactaram a perda de usuários, segundo a Netflix, incluem o encerramento de seus serviços na Rússia , medida que resultou numa perda de 700 mil usuários totais.
Como medida de retenção, a Netflix elencou que reacelerar crescimento de visualizações e receita, além de aumentar a qualidade da programação e recomendações, são dois pontos a serem seguidos e que possuem mais afinidade com a base de clientes.
Compartilhamento pago de senha
A empresa também comentou seus planos para implementar uma taxa aos usuários que compartilham senhas com outros . A companhia reconhece que o "compartilhamento [de senha] provavelmente ajudou a impulsionar o nosso crescimento, fazendo com que mais pessoas usassem a Netflix". Porém, argumenta que há uma certa "confusão sobre quando e como a [conta da] Netflix pode ser compartilhada".
O compartilhamento de senhas não será proibido, mas deverá ser cobrado "a curto e médio prazo".
Ainda sobre o assunto, a Netflix afirma que não é viável "monetizar tudo agora", mas que essa "é uma grande oportunidade de curto a médio prazo". A companhia não informou quando pretende disponibilizar esse modelo de pagamento para compartilhamento de senhas em mais países. Atualmente, ele está disponível no Chile, Peru e Costa Rica.
De acordo com a Netflix, além dos 221 milhões de domicílios pagantes do serviço, o mesmo também é compartilhado com mais de 100 milhões de domicílios ao redor do mundo.
Uma crítica recorrente dos assinantes é exatamente o preço cobrado pela plataforma em comparação com os concorrentes. Nos Estados Unidos, o valor da assinatura mensal passou de US$ 13,99 para US$ 15,49. Já no Brasil, a assinatura mais básica custa R$ 25,90 , disponibiliza acesso a apenas uma tela ativa e possui resolução 480p.