Nubank: diretores só terão R$ 800 milhões se metas forem batidas
Tecmundo
Um formulário de referência, documento rotineiro que as empresas enviam regularmente à bolsa de valores B3 e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), acabou se transformando em dor de cabeça para os executivos do Nubank. É que investidores começaram a questionar, nas redes sociais, os valores da remuneração a diretores informada no documento.
No modelo entregue na quarta-feira (27), o banco digital afirmou que seus oito diretores receberão R$ 100,55 milhões cada um, neste ano. O valor total de R$ 804,4 milhões foi considerado excessivo por clientes e acionistas, uma vez que a instituição, mesmo tendo estreado na Bolsa de Nova York com um IPO de US$ 2,6 bilhões, fechou o ano de 2021 com prejuízo líquido de US$ 165,3 milhões, o equivalente a R$ 810 milhões na cotação de hoje.
De acordo com o Brazil Journal, se concretizada, a remuneração da diretoria do Nubank será a maior do Brasil. Segundo o portal, o Itaú, hoje o maior banco da América Latina, pagou em média aos 25 diretores da empresa R$ 14,4 milhões cada, enquanto o Bradesco não passou de R$ 9,2 milhões ao seu board de 88 diretores.
O que disse o Nubank?
Procurado pela agência Reuters, o Nubank afirmou na quinta-feira (28) que o pagamento da citada remuneração aos seus diretores neste ano dependerá do atingimento de metas ambiciosas sobre o preço das ações, "alinhadas aos interesses de longo prazo de nossos 'stakeholders'", diz o comunicado.
Conforme a instituição financeira, para que o dinheiro da remuneração vá para a conta dos diretores, é preciso que a média do preço da ação ordinária classe A jamais fique abaixo de US$ 18,69 (R$ 92,27) durante um período de 60 dias consecutivos no mercado. Outra condição estabelece que essa média deva permanecer igual ou acima de US$ 35,30 (R$ 173) por 60 dias consecutivos. A ação do Nubank está hoje em US$ 11,22 (R$ 55).
