Passageira processa 99 em R$100 mil após saltar de carro; entenda
Tecmundo
Uma jovem de 22 anos está processando a 99 Táxi em R$ 100 mil por ser ferida ao pular de um carro em movimento. A passageira declarou que tomou essa atitude drástica por medo de ser estuprada, devido a atitudes suspeitas do motorista.
Na noite do dia 31 de janeiro, duas jovens de 22 e 19 anos se jogaram de um carro em movimento após o motorista, vinculado ao 99 Táxi, não ter parado no local final da viagem. A mais velha fraturou o punho esquerdo e sofreu escoriações pelo corpo, enquanto a mais nova bateu a cabeça no chão, teve traumatismo craniano e ficou em coma por 12 dias.
Segundo a jovem de 22 anos, em entrevista para o site Tilt, o motorista fez muitas perguntas pessoais e ao chegar no destino da viagem, mesmo elas sinalizando de que ali era o local, ele acelerou e, sem falar nada, seguiu para uma área 'perigosa e de mata' no fim da rua.
Pronunciamentos
(Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Segundo informações obtidas pela reportagem da Tilt, o motorista de 25 anos disse, em um relato para a plataforma da 99, que “ao se aproximar do ponto de desembarque avistou um homem armado e notou que poderia se tratar de uma 'emboscada', por isso saiu rapidamente do local”.
Em resposta à reportagem, a empresa lamentou o ocorrido, afirmando que o motorista foi banido, mas que “manifestos adicionais ocorrerão somente nos atos do processo”. Para o processo, no entanto, a 99 alega ser uma empresa de tecnologia e não de serviços de transporte.
Dessa maneira, a companhia não poderia ser responsabilizada, visto que não detém a frota de veículos ou motoristas contratados. A empresa solicitou a remoção do processo e a inclusão do motorista.
O que dizem os especialistas
Em entrevista para a Tilt, o advogado especialista em direito do consumidor, Enki Della Santa Pimenta, disse que os passageiros contratam o aplicativo da 99, independente do vínculo empregatício entre os motoristas e a empresa. E que, por mais que esteja previsto no CDC que as jovens se colocaram em risco ao pular do carro em movimento, é difícil que o juiz acate essa narrativa.
“O que poderia ser alegado? Que o motorista não abriu a porta, não as empurrou, e que a culpa seria exclusiva delas. Mas ninguém iria fingir algo assim. Eram duas meninas, uma ficou em coma e teve paralisia. Provavelmente, elas pensaram: melhor ter lesões do que ser abusada”, finaliza Pimenta.