Pesquisa mostra relação entre covid-19 e doença de Parkinson
Tecmundo
Uma pesquisa da Universidade de Twente, na Holanda, mostrou uma possível relação entre a infecção por covid-19 e o surgimento da doença de Parkinson em pessoas mais jovens.
Segundo o estudo, publicado na revista ACS Chemical Neuroscience , o novo coronavírus pode acelerar a produção de fibrilas amiloides (proteínas mal formadas), que estão relacionadas ao Parkinson.
Isso ocorre porque a proteína N, que existe em grande quantidade no vírus da covid , interage com a a-sinucleína, que atua como neurotransmissor no organismo humano, enviando “mensagens” a outras células.
A a-sinucleína estimula a formação de fibrilas amiloides, que, por sua vez, causam a morte dos neurônios que produzem dopamina, afetando o funcionamento do cérebro.
Assim como a covid, a perda de olfato é um sintoma comum do Parkinson, o que, em conjunto com a aparição de casos da doença em pacientes jovens que foram infectados com o vírus, chamou a atenção dos pesquisadores.
O novo coronavírus pode causar outros problemas neurológicos, como dor de cabeça e estado de confusão mental nos pacientes.
O surgimento de Parkinson em pessoas relativamente jovens incentivou os cientistas a buscarem mais conhecimento sobre a relação entre a doença e a covid
Em experimentos in vitro, os pesquisadores estudaram as duas proteínas que existem em maior quantidade no vírus: a proteína Spike (S), que ajuda o Sars-CoV-2 a entrar nas células, e a proteína do nucleocapsídeo (N), que “empacota” o genoma do RNA dentro do vírus.
Os cientistas descobriram que a proteína N interage com a a-sinucleína, formando as amiloides. Na pesquisa, foram injetadas concentrações da proteína N parecida com a que existe no Sars-CoV-2 e da a-sinucleína em um modelo celular da doença de Parkinson, causando a morte de muitas células.
No entanto, ainda não se sabe se essas interações ocorrem de forma direta no cérebro humano, mas, para os pesquisadores, poderia explicar uma possível relação entre a covid e o Parkinson.
ARTIGO ACS Chemical Neuroscience: doi.org/10.1021/acschemneuro.1c00666