Qualcomm reconhece que notebooks com Snapdragon são caros
Tecmundo
Nesta semana, a Qualcomm se apresentou na Consumer Electronics Show (CES) 2022 e revelou parte de suas expectativas para o futuro da empresa, que também envolve a expansão do Windows para Arm. Em outras palavras, isso indica que a gigante norte-americana deve investir cada vez mais na produção de processadores e plataformas computacionais específicas para essa demanda, como as recém-anunciadas Snapdragon 7c+ Gen 3 e Snapdragon 8cx Gen 3.
No entanto, a proposta pode encarar alguns desafios logísticos, como aponta o Diretor Sênior de Gerenciamento de Produtos da Qualcomm, Miguel Nunes, em entrevista ao site Golem. Olhando para a trajetória da categoria, que possui lançamentos desde 2018, ele afirma: "Um dos pontos com que não ficamos satisfeitos com os primeiros dispositivos foram o preço inadequado."
Inusitado, o comentário reconhece um problema que assombra a categoria de dispositivos desde sua estreia, como exemplifica o site Android Authority. Embora possua modelos mais "baratos", na casa dos US$ 700, o nicho frequentemente recebe alternativas muito caras e pouco competitivas, como o HP Envy X2, de 2017, que estrelava um Snapdragon 835 pelo preço de US$ 1.000 — cerca de R$ 4.000 e R$ 5.700, respectivamente, em conversão direta.
Snapdragon 8cx Gen 3 é a nova plataforma computacional de alto desempenho da Qualcomm. (Fonte: Qualcomm / Reprodução)
Olhando para os últimos lançamentos, a situação não é muito diferente: uma alternativa mais robusta, como o Samsung Galaxy Book S e o Surface Pro X, pode chegar até a US$ 1.600, ou R$ 9.100, na atual cotação do dólar norte-americano. Por outro lado, há chegada da linha Snapdragon 7C possibilitou o desenvolvimento de modelos mais baratos, mas que sofrem com perdas significativas de desempenho para reduzir seu consumo energético — e, por consequência, o calor emitido.
Nesse complicado contexto, Nunes reitera que a Qualcomm não tem controle direto sob os preços, mas deve-se ressaltar que os processadores fornecidos pela empresa certamente tem grande impacto nos custos de produção dos modelos, como denota o Android Authority. Resta aguardar a estreia das novas soluções e plataformas computacionais para conferir o futuro da Arm.