Samsung Galaxy Watch 4 REVIEW: a REDENÇÃO
Tecmundo
O Galaxy Watch 4 é a versão mais recente e atualizada do smartwatch da Samsung, que já era um dos melhores smartwatchs para quem usa smartphones Android. E além de ser lançado em dois tamanhos neste modelo, que é o que tem a coroa digital para navegação, também chegou com mais dois tamanhos na variante Classic, que tem a coroa física e mais carinha de relógio tradicional.
Entre as novidades, o grande destaque dessa geração é o sensor que a Samsung está chamando de BioActive, que basicamente permite que o relógio faça o mesmo tipo de medição que uma balança de bioimpedância, aquelas que conseguem dizer não só o seu peso, mas também qual seu percentual de gordura corporal e de massa muscular esquelética. Essa é uma função muito legal e que eu mesmo não tinha visto em outro relógio até agora, só que tem sim algumas limitações e pontos para melhorar que eu notei agora que passei uma semana com o Watch 4.
Além disso, ele traz uma nova versão do sistema operacional da Samsung, dessa vez baseado no Wear OS da Google, o que ajuda na redenção de muitos probleminhas que eu vi na geração passada. Eu vou dar todos os detalhes sobre ele agora e falar mais sobre isso tudo, então vem comigo!
Design
No design, dá para dizer que a Samsung traz um conjunto muito bem acabado, mas que não reinventa a roda. O corpo é de metal, o vidro da tela é reto e a pulseira é de uma borracha com acabamento suave para não causar irritação. Tudo muito bem acabado e bonito, pelo menos na minha opinião.
No Galaxy Watch 4, a Samsung oferece duas opções de tamanho, que ela diz que são de 40 ou 44 mm, mas que na verdade são arredondamentos para cima a partir de, respectivamente 39,3 ou 43,3 mm. Já no Classic, que é o modelo com a coroa física – e que eu particularmente acho mais bonito –, as opções são 42 ou 46 mm. Novamente, arredondamentos. O modelo que testei é o de 44 mm, e sinto a obrigação de avisar que pessoas com pulsos muito finos provavelmente não vão conseguir usar essa opção e a maior do Classic. Em mim mesmo esse aqui coube bem no limite.
Fora a coroa, a diferença é que o Classic tem o corpo feito de aço inoxidável, enquanto o Watch 4 básico é de alumínio e a pulseira de borracha tem detalhes ligeiramente diferentes. Ambos têm certificação de resistência a água para pressões de até 5 ATM, então dá para usar enquanto nada sem problemas.
Na lateral temos dois botões só, o de cima é a tecla Início e o de baixo a tecla Voltar. Aperte a Início uma vez para voltar para a face principal do relógio, e no aplicativo do smartphone pareado você pode escolher o que acontece ao apertar rápido duas vezes ou ao segurar o botão. Por padrão, essas ações vêm configuradas respectivamente para voltar para o último app aberto e para abrir a Bixby.
Aliás, a assistente agora funciona em português no relógio e está respondendo mais rapidamente, então é outra coisa que a Samsung melhorou bastante em comparação com o Watch 3.
Já a tecla Voltar tem a função óbvia de voltar para a tela anterior ao apertar uma vez, mas você pode também configurar no app para em vez disso ela abrir sua lista de aplicativos recentes. Ao segurar esse botão o relógio abre o Samsung Pay.
Tela
A tela do Galaxy Watch 4 tem 1,19 polegada nos modelos menores do Watch 4 e do Classic, e 1,36 polegada nos maiores. Ela continua sendo o Super AMOLED da Samsung e em ambos os casos traz resoluções ligeiramente maiores do que na geração anterior dos relógios da marca. E o brilho também continua sendo ótimo, então se eu já não tinha do que reclamar no Watch 3, isso é mais verdade ainda aqui.
Hardware
O hardware interno do Galaxy Watch 4 é igual em todas as versões, e também recebeu um upgrade esse ano. O processador é o novo Exynos W920, que é um pouco mais poderoso que o antecessor, e vem acompanhado agora por 1,5 GB de RAM e 16 GB de armazenamento.
O sistema operacional e aplicativos instalados de fábrica ocupam basicamente metade disso, então o que você tem para usar de verdade são 8 GB. Isso ainda é o dobro do que ficava de espaço livre na geração anterior, então não vou reclamar. É bastante espaço para poder baixar suas playlists de músicas no relógio e sair para correr sem o celular. Com isso tudo, o desempenho é excelente, sem demoras, engasgos ou travamentos.
Fora isso, o relógio vem com Bluetooth 5.0, WiFi, GPS independente do smartphone e NFC para você poder usar para pagamentos ou outras funções. E tanto o modelo básico quanto o Classic têm opções com ou sem chip LTE para você poder dividir seu plano 4G com o relógio e ter acesso à internet por ele sem precisar do celular.
Interface
Na interface temos a novidade que é a One UI Watch 3.0, que deixou de ser baseada no Tizen e agora foi feita com base do Wear OS da Google. E a Samsung conseguiu unir o útil ao agradável aqui! O sistema manteve a facilidade de uso e visual bonito dos relógios anteriores da Samsung, mas ganhou em pontos onde os antecessores pecavam, como o suporte a apps de terceiros.
Deslizando de baixo para cima na tela principal, você tem a lista completa e apps instalados e pode dali mesmo clicar no ícone da Play Store, buscar e baixar qualquer app que quiser no relógio. E também dá para fazer isso abrindo a Play Store no celular pareado e clicando no banner do Wear OS no topo da página.
Girando a coroa digital ou física para a esquerda você tem as notificações e para a direita você tem os widgets dos recursos que quiser usar com mais frequência. Dá para personalizar quais aparecem ali e a ordem deles segurando o toque em qualquer um deles. E deslizando de cima para baixo você tem as configurações rápidas do relógio. Bem simples e funcional.
Bioimpedância
A principal novidade aqui a bioimpedância, que é aquele recurso que permite saber qual percentual do seu corpo é feito de gordura e qual a sua massa muscular esquelética – que são os músculos que determinam a sua força física. Esse recurso funciona direto do relógio sem precisar de outros apps, e ao ser ativado o que você tem que fazer é afastar os braços do corpo e ficar encostado com os dedos médio e anelar da mão direita nos botões na lateral o relógio. O relógio joga uma leve corrente elétrica ao redor do seu corpo para fazer a medida. A corrente é bem fraca, mas eu senti um leve desconforto nas pontas dos dedos durante a medição.
Essa função é muito legal e, como falei lá no começo, eu não conheço outro relógio que faça isso, então palmas para a Samsung pela iniciativa. Só que há alguns pontos que sinto que ainda precisam melhorar. O primeiro é a inconsistência na leitura. A medição da gordura corporal não é muito precisa, variando até 2% para cima ou para baixo mesmo quando você faz várias vezes seguidas com as condições ideais – logo depois de acordar e ir ao banheiro de manhã, antes de comer ou beber qualquer coisa. Depois, os dados ficam salvos no e no Samsung Health no relógio pareado, e lá o app tira uma média das medições feitas que fica mais próxima da realidade.
Assim, o recurso é interessante para quem quiser ter uma noção geral dessas informações, mas quem quiser um panorama mais preciso e com uma variedade maior de dados ainda vai precisar usar uma balança de bioimpedância mesmo, como a Huawei Scale 3, que eu fiz review recentemente e vou deixar o link para vocês.
Mais recursos interessantes
Outras funções bacanas que rodam diretamente no relógio são o rastreamento de exercícios, que tem uma variedade enorme e funciona bem, o seu nível de stress, controle sobre passos, atividades e calorias, monitoramento da qualidade do seu sono com dicas para dormir melhor e tudo mais que já tinha nas gerações anteriores.
Uma coisa legal que eu vi com a nova interface é que quando você usa funções específicas no celular pareado, como a navegação no Google Maps ou a reprodução de alguma música ou vídeo, um ícone pequeno aparece na parte de baixo da home do relógio, e aí é só tocar nele para abrir a navegação passo a passo no relógio ou então os controles de reprodução da mídia em questão, incluindo até volume.
Se você tiver os Galaxy Buds Plus ou algum outro modelo mais recente de fone sem fios da Samsung, e tiver o plugin e o app Galaxy Wearable instalados direitinho no seu celular, vai poder controlar algumas configurações dele direto no relógio também. Achei isso mais prático do que usar os controles touch dos fones ou ficar tirando o celular do bolso toda hora.
Funções limitadas
Agora, uma crítica que eu tenho à Samsung aqui é sobre as funções de Eletrocardiograma (ECG), e à medição de pressão arterial. E relógio tem todos os sensores para fazer as duas coisas, só que ele só permite que você faça isso se instalar no smartphone pareado o aplicativo Samsung Health Monitor – que é diferente do Samsung Health normal. O problema é que esse app não está mais disponível na Play Store, só na Samsung Store, e mesmo lá a Samsung só deixa instalar o app no celular se ele for um Galaxy. Você tem um smartphone Android de outra marca? Vai ficar sem essas funções. Paciência.
Outra coisa importante de mencionar é que, com o uso do Wear OS da Google, os Galaxy Watch 4 não funcionam mais com iPhones. Os anteriores até funcionavam de forma um pouco mais limitada, mas agora essa possibilidade não existe mais. Não que alguém que tenha um aparelho com iOS fosse considerar usar um smartwatch que não seja da Apple, por mais que esse aqui seja tão bom quanto.
Bateria
Indo agora para a bateria, a Samsung colocou aqui reservas um pouquinho maiores do que as da geração anterior, mas com a resolução maior da tela e todas as funções novas isso meio que deu na mesma. Na minha experiência, com todos os recursos ativados, ela durava mais ou menos um dia e meio, então você acaba tendo que dar uma carga praticamente todo dia se quiser pode usar ele de noite para medir seu sono e não ficar se preocupando se ele vai morrer sem energia no dia seguinte.
Eu sei que, com a qualidade da tela, o hardware cheio de sensores dedicados e os recursos que vêm no Galaxy Watch 4, é difícil entregar uma duração de bateria muito melhor que isso, mas esse é um ponto que eu gostaria de ver a Samsung e a Apple se dedicando mais nas próximas gerações. Já tem muito smartwatch legal por aí que consegue chegar a pelo menos uma semana sem recarregar, e alguns mais básicos já chegaram a um mês no meu braço, como o Realme Watch S.
Para recarregar Galaxy Watch 4, você precisa usar o acessório que vem na caixa em uma tomada compatível ou plug USB de um computador, e aí a recarga de zero a 100% leva pouco menos de duas horas. Ele não funciona com bases comum de recarga sem fios no padrão Chi, mas se você tiver um smartphone Samsung com o recurso Wireless PowerShare, que é a recarga reversa sem fios, dá para usar isso também para recarregar o relógio.
Vale a pena?
O Galaxy Watch 4 foi lançado lá nos Estados Unidos com preços a partir dos US$ 250 no modelo básico e tamanho menor. Por enquanto, ainda não sabemos qual será o preço oficial dele no Brasil, já que a Samsung só deve divulgar isso em um evento agora no dia quinze de setembro. Fique ligado aqui no TecMundo para conferir isso.
Para dar uma ideia geral, a gente pode lembrar que o Galaxy Watch 3 foi lançado na gringa a partir dos US$ 400 e chegou ao nosso país custando de R$ 2,8 mil para cima. Com o modelo base do Watch 4 lançado por US$ 150 a menos, mesmo com um eventual aumento do câmbio, eu espero que o preço inicial do novo relógio no Brasil seja também menor do que o do Watch 3.
Isso seria o lógico. A Samsung vai fazer o lógico? Não tenho como saber, especialmente considerando o que ela fez no lançamento do Galaxy S21 por aqui – o que me deixou bastante irritado quando fiz o review dele e quem viu vai lembrar. Quem não viu pode conferir no link que eu vou deixar aqui .
Independente do preço, uma coisa é clara: o Galaxy Watch 4 é um relógio excelente, melhorou bastante em comparação com a geração anterior, que já era excelente, é sem dúvidas um dos melhores smartwatchs para quem usa celulares Android. A bateria ainda não é a ideal e o preço ainda está por ver, mas se você tiver grana o suficiente e quiser comprar um, especialmente se seu celular for um top de linha da Samsung, então pode ir na fé que você vai ficar muito satisfeito com ele.