Sega e Nintendo tiveram medo de quebrar nos anos 90, revela artigo
Tecmundo
De tempos em tempos a rede recebe informações sobre os bastidores das empresas nos anos 90, e eis que estamos diante de um caso desses. O site Mega Drive Shock, por exemplo, publicou a tradução de um artigo japonês onde vemos que Sega e Nintendo relataram medo com o futuro da indústria dos games.
O texto em questão é do jornal japonês Nikkei Sangyo Shimbun, datado de 29 de fevereiro de 1996. Nele, o jornalista revela que o mercado viu uma queda na venda de consoles 16 bits, e um especialista chegou a dizer que esse movimento seria "quase um retorno ao Atari Shock de 1982".
Para quem não conhece, esse Atari Shock foi uma crise dos jogos eletrônicos que aconteceu entre 1983 e 1985. Para se ter uma ideia, as vendas nesse período variaram bastante, passando de US$ 3,2 bilhões em 1983 para US$ 100 milhões em 1985. Por conta disso, diversas empresas que existiam nesse período acabaram quebrando ou abandonaram o segmento — parecido, ainda que não nas mesmas proporções, com o que foi visto nos anos 90 nas grandes divisões japonesas.
Sega foi uma das empresas que mais registrou perdas no ano fiscal de 1995. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
"No ano fiscal terminado em março de 1995, a Konami teve uma perda extraordinária de 11,6 bilhões de ienes por conta de vários itens que não foram vendidos. No mesmo período, a Capcom perdeu 7,5 bilhões de ienes após a diminuição de valor na sua divisão norte-americana. Em setembro de 1995, a Nintendo também perdeu 9,8 bilhões de ienes por conta de sua divisão dos Estados Unidos. Nesse mesmo período, a Sega perdeu 26 bilhões de ienes por diminuições nas subsidiárias dos Estados Unidos e Europa, além de ter parte do estoque não vendido", diz o artigo.
Estratégias variadas
Outro ponto mencionado no artigo diz respeito a uma estratégia que acabou sendo usada pela Nintendo à época de oferecer diversos pacotes com jogos adicionais ao vender os consoles. Muito disso era por vários jogos não terem sido adquiridos conforme o esperado, ainda que a venda de consoles estivessem indo bem tanto para a casa de Mario quanto para a sua maior rival na época.
Por fim, o artigo ressalta que parte dessa perda de interesse do público já tinha relação com a migração de diversos jogadores para o primeiro PlayStation — mesmo com Super Nintendo e Mega Drive recebendo títulos de peso, como Donkey Kong Country 2 e Chrono Trigger no primeiro e Comix Zone e Spider-Man and Venom: Maximum Carnage no segundo.