Soro anticovid do Instituto Butantan será testado em humanos
Tecmundo
Aprovado para uso pela Assembleia Legislativo do Estado de São Paulo (ALESP), o soro anticovid, desenvolvido pelo Instituto Butantan, está na fase de testes em humanos. Após a conclusão dessa etapa, o medicamento irá à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para finalmente ser administrado em pacientes já infectados pelo coronavírus.
Diferentemente da vacina, que é uma forma de imunização ativa, o soro é uma imunização passiva, pois o tratamento ocorre após o paciente ter se infectado, e a estimulação do sistema imunológico é feita com o uso de anticorpos já inoculados em outro organismo, antes de serem aplicados nos humanos.
A autorização para utilização do soro é parte da Lei Estadual 17.365, de autoria do deputado Paulo Fiorilo (PT), sancionada pelo governador João Doria (PSDB) no dia 26 de abril. Para o autor da lei, o soro é proposto como um complemento à vacinação que, embora viável, “anda a passos lentos” no Brasil.
Como é feito o soro anticovid do Butantan?
Fonte: Instituto Butantan/Divulgação
Segundo o Instituto Butantan, o soro é fabricado a partir de um vírus da doença que é inativado por radiação, em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), e aplicado em cavalos. Estes animais produzem anticorpos do tipo imunoglobulina IgG, extraído do plasma do sangue que, depois de tratado, purificado e quantizado, pode ser aplicado em humanos para combater a covid-19.
Em nota, o Butantan explicou que já realizou um "teste de desafio", em parceria com a USP, usando ratos infectados pelo coronavírus vivo ainda na fase pré-clínica. Depois da aplicação do soro, foi observada uma redução da carga viral e do perfil inflamatório. Os animais tiveram sua estrutura pulmonar preservada. Em camundongos e coelhos, os testes de neutralização de células também se mostraram promissores.