Uber de abelhas: startup aluga insetos para polinização assistida
Tecmundo
Apelidada de “Uber das Abelhas”, a startup brasileira AgroBee criou um modelo de serviço inspirado na modalidade de transporte presente em diversas cidades pelo mundo. Contudo, em vez de conectar uma pessoa que está precisando de carona a um motorista, a empresa faz a ponte entre agricultores e criadores de abelhas – um match perfeito.
A empresa se baseia no que é chamado de polinização assistida, método em que os pequenos insetos desempenham um papel importante, especialmente no que é chamado de polinização cruzada. Por meio de um aplicativo desenvolvido e mantido pela AgroBee, agricultores podem “chamar” um apicultor e a parceria promete aumentar significativamente a produtividade da lavoura.
Porém, o projeto não apenas auxilia o agricultor, mas também favorece o criador de abelhas. Além disso, a AgroBee ainda ajuda o meio ambiente, promovendo a criação e reprodução de animais em risco de extinção e deixando de recorrer a métodos que possam ser prejudiciais para a fauna e flora.
Como funciona o aplicativo
A AgroBee conecta apicultores com produtos que necessitam da polinização assistida. (Fonte: AgroBee/Reprodução)
Um dos maiores desafios da AgroBee é convencer o agricultor de que eles necessitam desse serviço. Trata-se de uma proposta diferente e que no sentido da demanda se diferencia bastante do aplicativo de caronas. Entretanto, com a perspectiva de elevar em até 20% a produtividade da lavoura, a empresa tem conseguido conquistar parceiros nesse projeto inovador.
Depois que o agricultor solicita o serviço pelo aplicativo, a AgroBee entra na jogada para fazer uma análise prévia das necessidades. A empresa vai até o local e entender quais são as características que devem ser atendidas, como tamanho do terreno, tipo de produção e locais onde as colmeias devem ser instaladas. Ao intermediar o processo, a startup fica com cerca de 30% do valor pago na relação entre o apicultor e agricultor.
Uma vez que o plano de ação foi traçado, a AgroBee identifica o apicultor ou meliponicultor mais próximo e faz a conexão entre as partes. Esse é outro momento importante do processo, já que distâncias muito longas seriam prejudiciais para os animais, que são bastante frágeis e necessitam de cuidados específicos. Além disso, a startup privilegia trajetos curtos que emitem menos poluentes na atmosfera.
Como surgiu a ideia
A startup já possui uma ampla lista de clientes e parceiros nesse projeto que auxilia todas as partes e também o meio ambiente. (Fonte: AgroBee/Reprodução)
A ideia por trás da AgroBee surgiu após Andressa Berretta, sócia e cofundadora da empresa, participar de um treinamento com foco em empreendedorismo organizado pela FAPESP e pela Newton Funding em 2015. Esse evento rendeu uma viagem para Londres onde a pesquisadora entrou em contato com profissionais de TI que a ajudaram a amadurecer a ideia de fundar uma empresa focada em auxiliar os apicultores.
A própria Andressa possui experiência com os criadores de mel. Trabalhando há 20 anos com os produtos das abelhas, mais especificamente própolis, ela viu uma oportunidade de colocar em prática todo o seu conhecimento para ajudar tanto os apicultores e meliponicultores (criadores de abelhas-sem-ferrão) quanto os fazendeiros de nosso país.
Hoje a startup já conta com uma base grande de clientes (os agricultores), presentes em nove estados. Além disso, 60 mil colmeias de meliponicultores e apicultores fazem parte da rede de “motoristas” da AgroBee, ajudando a produção agrícola a atingir maiores níveis de produtividade e preservando animais que estão em perigo de entrar em extinção.