USDT: saques chegam a US$ 10 bilhões e desestabilizam criptomoeda
Tecmundo
Encarando um período turbulento de quedas, os mercados de alto risco estão afastando investidores, gradativamente. O caso no nicho das criptomoedas também não é diferente, sendo confirmado em números pelo crescente interesse em saques da stablecoin Tether (USDT), uma das alternativas mais populares entre os usuários.
Pareada ao tradicional dólar norte-americano, a moeda totalizou um volume de retiradas de US$ 10 bilhões — cerca de R$ 48 bilhões, em conversão direta. A impressionante marca se desenvolveu ao longo das últimas duas semanas, com um pico registrado no dia 11 de maio, quando o total de "dólares tether" em circulação caiu de US$ 84,2 bilhões para US$ 73,3 bilhões.
Na ocasião, o USDT chegou a cair temporariamente para US$ 0,95 devido ao grande volume de vendas — provocado pela queda abismal de outra stablecoin, UST. Em efeito cascata, o mercado de criptomoedas encarou uma breve onda de temor, resultando na desvalorização de diversos projetos com grande capitalização do nicho.
Dominância do USDT no mercado de criptomoedas. (Fonte: CNBC, CryptoCompare / Reprodução)
Problemas de fiscalização
Com um longo histórico de problemas com entidades reguladoras, o USDT novamente se tornou alvo de suspeitas e preocupações com os últimos eventos. Em suma, os responsáveis pelo projeto encontraram uma série de problemas para comprovar suas reservas financeiras, garantidoras da paridade com o dólar norte-americano tradicional.
Inicialmente, os responsáveis pelo USDT afirmaram que a paridade do projeto era garantida por uma reserva equivalente em dólar norte-americano tradicional. Porém, esse detalhe seria eventualmente omitido, sendo revelado que a equipe de desenvolvimento teria diversificado seus fundos com moedas digitais, ações e outros documentos corporativos de valor.
Sem oferecer muitas informações, a Tether afirmou que realizará auditorias mais rigorosas em suas reservas financeiras.