WD D30: um SSD competente para jogar a velha geração no PS5 e Xbox Series
Tecmundo
A nova geração de consoles chegou e levantou um ponto que, para jogadores de videogames de mesa, ainda era um assunto recente: o uso de SSDs. Apesar de ser um assunto batido no ramo de PCs há anos, o tópico voltou com força ao despontar nos novos produtos da Microsoft e Sony. Mas, mesmo sendo algo relativamente simples, nos consoles as coisas ficam mais complicadas.
Recentemente testamos o novo SSD da WD (Western Digital), o WD D30, um SSD externo que promete taxas de velocidade (escrita e leitura) bem razoáveis voltado para o uso nos consoles. Contudo, será que vale? Para quem ele serve mais? Confira o nosso review completo para sanar essas e outras dúvidas.
Design compacto e eficiente
Sem dúvidas, design não é o ponto mais interessante em um produto como SSD, mas vale dar uma pincelada sobre o que você tem direto da caixa. O WD D30 é bem compacto, foge do design convencional quando associamos a palavra “gamer”, evitando visuais espalhafatosos e luzes RGB, e entrega algo bem robusto e compacto, servindo bem para ficar ao lado de qualquer console, seja os antigos PS4 e Xbox One, ou os novos Xbox Series X|S e PS5.
A conexão dele aos videogames é a mais abrangente possível, com um cabo USB-C no aparelho e terminal USB-A – algo que, apesar de parecer um pouco datado hoje, é a maneira mais fácil de atingir todos os aparelhos, já que apenas o PS5 oferece conexão USB-C. Entretanto, vale reforçar um ponto relativamente negativo aqui: o cabo é bem curto e, dependendo de como você monta o seu setup, há a chance de o SSD não ficar na posição ideal.
Caso prefira, há uma base de trilhos em que você pode encaixar o D30 e deixá-lo em uma posição mais segura e fixa, formando par com o console. Não há muito o que citar por aqui, além de que é um produto compacto e bem sóbrio que deve funcionar na maioria dos setups.
Um SSD voltado para a nova (antiga) geração
O uso de SSDs nos consoles ainda geram dúvidas, então antes de mais nada, uma rápida relembrada no assunto. O Xbox Series X|S depende de um SSD NVMe de alta velocidade proprietário da Seagate para expandir o armazenamento interno e usufruir de mais espaço para instalar games de nova geração. O PS5 segue uma linha semelhante, mas diferente, requisitando também de um SSD NVMe, mas que pode ser de qualquer marca contanto que atenda às especificações da Sony (como velocidade de leitura e escrita muito rápida).
Então onde fica o WD D30 nesta gama de armazenamentos? Basicamente, o produto da WD é um NVMe, mas está mais próximo de um SSD SATA, ou seja, não atinge os padrões NVMe da nova geração. Contudo, ele traz uma taxa de velocidade bem alta para o padrão, atingindo até 900 MB/s (quase o dobro dos mais comuns de 500 MB/s, mas abaixo dos 2.400 MB/s do SSD interno do Xbox Series X|S e dos 5.500 MB/s do PS5).
Ok, então na prática qual é o uso ideal? Basicamente, há dois usos que o WD D30 serve muito bem: para armazenar jogos que não estão em uso (já que mesmo com uma ótima conexão de internet, muitas vezes é mais rápido transferir entre SSDs o conteúdo do que baixar novamente) e para rodar melhor os títulos da antiga geração (PS4 e Xbox One).
Em uma busca prévia na internet, muitos reviews reclamaram que o D30 não tem um bom uso para transferências de arquivos grandes (com mais de 10 GB), pois o cache do SSD não suportaria movimentação de jogos e apps pesados, gerando uma velocidade muito alta no começo, mas lenta da metade ao fim. Entretanto, esse não parece ser o caso.
Seja por ser uma nova versão ou um quesito técnico revisitado, o D30 se provou de excelente uso para esta funcionalidade. Transferir Death Stranding de PS4, que pesa 49,31 GB, entre o SSD interno do PS5 e o D30 demorou apenas 3 minutos e 33 segundos, enquanto do D30 para o SSD do PS5 levou 6 minutos e 16 segundos. Se compararmos com outro HDD portátil com USB 3.0, o tempo é de 12 minutos do HDD para o PS5 e um pouco mais lento no lado oposto, o que certamente é mais rápido do que realizar o donwload em muitos casos.
Caso o objetivo principal seja ter um uso mais eficiente dos jogos da antiga geração, o D30 também oferece vantagens significativas. Na tabela abaixo, você confere diversos tempos de carregamento de saves em cinco games diferentes no PS5 com o HDD externo e com o SSD D30:
PS5 com HDD externo com USB 3.0
- Death Stranding: 1:18:00
- Sekiro: 0:19:37
- Bloodborne: 0:11:67
- Judgment: 0:28:00
- Final Fantasy VII Remake: 0:51:26
PS5 com SSD WD D30
- Death Stranding: 0:31:55
- Sekiro: 0:10:25
- Bloodborne: 0:07:35
- Judgment: 0:09:55
- Final Fantasy VII Remake: 0:29:15
Na maioria dos casos, o tempo de carregamento cai para menos da metade. E, se a estatística se manter, quanto maior o tamanho de carregamento padrão de um game, mais o SSD pode cortar de tempo (e vice-versa, já que jogos com loading rápidos tendem a não ter muita vantagem).
E no Xbox Series X|S?
Os novos Xbox Series X|S seguem a mesma linha do PS5 e devem usufruir de um uso bom do WD D30, já que ambos os consoles têm entradas USB 3.2 e devem se beneficiar da velocidade alta do SSD (no PS5, é importante ligar nas entradas USB traseiras, já que a dianteira é USB 3.0. No Xbox, todas as entradas são 3.2).
Apesar de não termos realizados testes no Xbox, as especificações semelhantes, tanto de CPU quanto de velocidade de transmissão de dados no USB 3.2, devem gerar resultados muito similares.
Vale a pena usar o D30 na velha geração? PS4 e Xbox One
A antiga geração de consoles é um pouco mais delicada de analisar o uso de SSDs. Apesar de sim, os drives mais rápidos ajudarem a diminuir o tempo de loading, eles não são exclusivamente a peça principal que altera o fator de carregamento, já que largura de banda de memória e CPU são componentes importantes para carregar assets e descomprimir dados do armazenamento.
Eu não tenho mais videogames da 8ª geração para testar, mas já vimos ao longo dos anos pessoas que trocaram o HDD do PS4 por SSD SATA e, em alguns casos, o carregamento diminui (Red Dead Redemption 2 em um SSD SATA convencional, por exemplo, pode cortar o tempo de loading de mais de 2 minutos para 1 minuto e meio).
Levando em conta essas estatísticas e que as portas USB do PS4 e Xbox One não são 3.2 iguais às da nova geração, você provavelmente verá melhorias nas telas de carregamento, mas nada drástico como o que vimos na nova geração do PS5 e Xbox Series X|S.
Preço: o calcanhar de Aquiles do D30
Praticamente tudo que o WD D30 trouxe à mesa mostrou resultados bem interessantes e um uso proveitoso do SSD em qualquer console. Entretanto, apesar de todas as qualidades e pontos positivos, o preço pode ser um fator que afasta os consumidores. A versão que testamos, de 500 GB, pode ser encontrada por cerca de R$ 1050 a R$ 1450 em diversos revendedores. A edição de 1 TB chega a R$ 2 mil.
Mesmo oferecendo uma excelente qualidade, o valor de mercado do produto o aproxima demais de soluções melhores para a nova geração. O SSD oficial do Xbox Series X|S, de 1 TB, pode ser encontrado por R$ 1,9 mil. Já no lado do PS5, SSDs NVMe que atendam às especificações, podemos encontrar armazenamentos de 1 TB por R$ 2 mil (da própria WD, inclusive).
Claro que, por ser um SSD portátil, o transporte e fácil uso de diversas plataformas joga à favor do D30, já que um SSD NVMe, por exemplo, requer instalação, e um SSD proprietário do Xbox Series é isso: exclusivo somente para o console da Microsoft.
Por mais que o WD D30 apresente ótimos pontos positivos, na ponta do lápis há opções que talvez valha um investimento um pouco maior (já que um NVMe pode rodar jogos da nova e velha geração). Caso o seu foco seja rodar jogos da geração passada, uma promoção do WD D30 pode valer a pena.