Youtuber acusa casa de leilões de fraude em venda de jogos raros
Tecmundo
O mundo dos leilões de jogos antigos, em edições raras e com ótimo estado de conservação foi bastante movimentado nos últimos meses. Em outubro de 2020, uma cópia de Super Mario Bros. 3 saiu por US$ 156 mil.
Já em abril deste ano, foi a vez de uma unidade de Super Mario Bros. bater o recorde, adquirida por US$ 660 mil. Três meses depois, algo ainda mais surreal aconteceu: uma cópia lacrada de Super Mario 64 foi arrematada por US$ 1,56 milhão.
Entretanto, um youtuber não acredita que essa alta nos preços seja coincidência. Em um vídeo de quase uma hora de duração postado em seu canal, Karl Jobst fez duras acusações a respeito da criação de uma bolha financeira proposital e vendas que envolvem pessoas com conflitos de interesse.
O que há de errado?
A acusação começa com suspeitas na avaliação do estado de preservação dos cartuchos, uma escala de notas que é normalmente atribuída por uma empresa chamada Wata Games, e no leilão desses itens, que tem sido encabeçado pela Heritage Auctions.
Entretanto, a conexão entre essas duas partes parece ir além de uma parceria comercial. Cofundador da própria casa de leilões, Jim Halperin foi um dos três compradores de um cartucho que bateu recorde de valor e parece ter iniciado o "boom" dos preços em cartuchos antigos: um Super Mario Bros. comercializado por US$ 100 mil em 2019.
O enorme valor pago em Super Mario 64 levantou ainda mais suspeitas.
O CEO da Wata Games, Deniz Kahn, também estaria envolvido ao fornecer notas exageradamente positivas para elevar o preço de itens. Segundo o youtuber, o resultado é que esses cartuchos não estão sendo vendidos para colecionadores, mas sim entre "um grupo seleto de pessoas muito ricas e poderosas que estão controlando as cordas por trás desse aumento recente nos preços, e essas mesmas pessoas estão fazendo dinheiro rapidamente e em altas quantias".
Os constantes recordes recentes, portanto, seriam uma forma de fabricar artificialmente o interesse nos cartuchos e tentar movimentar o setor — tendo a Wata Games e a Heritage Auctions como peças-chave no mercado.
O que dizem as empresas
Em comunicado oficial, a Wata Games afirma que é "líder em avaliação de jogos colecionáveis" e agradece o apoio de consumidores que confiam no serviço. "As acusações no vídeo são completamente sem embasamento e difamatórias, e é de uma infelicidade que o Sr. Jobst não tenha nos contatado para nos dar a oportunidade de corrigir isso", diz a marca.
Já a Herigate Auctions também reclama de não ter sido consultada para a produção do vídeo. A companhia "refuta fortemente" as alegações de manipulação de mercado ou outras práticas ilegais, alegando que o vídeo traz "inúmeras interpretações erradas dos fatos e conclusões imprecisas relacionadas aos preços".