Youtubers temem exclusão de canais após strikes em vídeos antigos
Tecmundo
Vários youtubers brasileiros estão utilizando as redes sociais no início desta semana para reclamar que estão recebendo strikes seguidos e que por isso estão à beira de perderem o canal.
Um dos casos que tomou a maior proporção foi do produtor de conteúdo Viniccius13, que faz vídeos do jogo Minecraft. Ontem (8), ele publicou no Twitter que havia recebido dois strikes e que o canal poderia ser excluído com mais uma ação do tipo.
O mesmo aconteceu com o Patife, que faz lives e vídeos de gameplay. Em conversa com o TecMundo, ele explicou o motivo para os strikes que podem levar ao fim dos canais. Segundo o criador de conteúdo, músicas que antes eram distribuídas sem restrições de direitos autorais começaram a exigir copyright. Com isso, o YouTube está distribuindo penalizações em vídeos antigos.
“Essas empresas têm o direito de fazer o claim [reivindicar] e dar o strike a qualquer momento. Ele é solicitado na hora pelo YouTube. No meu caso, eu tomei strike em vídeos de 2015. Na época, as músicas que utilizei não tinham copyright e poderiam ser utilizadas”, contou.
Patife argumentou também que por serem vídeos mais antigos, ações do tipo não podem causar o “flag”, que retira a monetização do conteúdo. Por causa disso, uma reivindicação do tipo é logo direcionada para o strike, que é uma punição mais severa.
“A partir do momento que um canal toma o terceiro strike, já era. Então o meu [strike] veio um por dia, mas parece que outras pessoas tomaram dois no mesmo dia. Meu medo é acordar amanhã e o meu canal estar offline”.
De mãos atadas
Patife afirma que tem conversado ativamente com outros produtores de conteúdo que estão sofrendo as sanções e que todos estão receosos com o que pode acontecer nos próximos dias.
Ele explicou que para diminuir um possível prejuízo, deixou privado cerca de 1,6 mil vídeos de seu canal. Apesar da possibilidade – não garantida – de evitar um possível terceiro strike, que seria fatal, o player diz que a decisão afetará seu canal de qualquer jeito.
Ao deixar os vídeos privados para se proteger dos strikes, o criador de conteúdo acaba perdendo as visualizações do conteúdo. De acordo com as contas feitas por Patife, seu canal pode chegar a ter 50 milhões de views a menos, o que pode fazer com que o algoritmo do Google entenda que o material é irrelevante. Isso impactaria o engajamento do youtuber.
“Para um produtor, esse tipo de situação nos deixa completamente desprotegidos. E qualquer pessoa pode passar por isso, porque existem essas empresas que compram os direitos de músicas antigas e fazem esse processo de strike. Então ficamos à mercê deles, já que em alguns casos têm empresas que pedem uma quantia absurda em dinheiro para não dar o strike e não fazer a reivindicação do direito autoral”.
Campanha na internet
Para chamar a atenção do YouTube, várias pessoas se reuniram para uma ação conjunta nas redes sociais. Até mesmo o youtuber Felipe Neto entrou na discussão para cobrar uma resposta rápida para o que está acontecendo com os produtores de conteúdo.
“Essas máfias já foram combatidas pelo Youtube uma vez e foram derrotadas. Agora parece que estão tentando voltar”, disparou Neto sobre as empresas que compram direitos autorais por uma quantia irrisória e tentam cobrar dos produtores de conteúdo um valor maior.
Confira, abaixo, um pouco da repercussão sobre o caso:
O que diz o YouTube?
O TecMundo entrou em contato com o YouTube, mas ainda não recebeu um posicionamento oficial da plataforma sobre o assunto. A matéria será atualizada se o serviço emitir um comunicado.