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Cabeçote: conheça sinais de queima das juntas e como evitá-la
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Cabeçote: conheça sinais de queima das juntas e como evitá-la

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27/03/2024 17h27
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Essenciais para o funcionamento e vida útil dos veículos, as juntas do cabeçote são projetadas para vedar a conexão entre o bloco e o cabeçote do motor. Sua função principal é evitar que fluidos, como óleo lubrificante e líquido de arrefecimento se misturem, ao mesmo tempo que mantém a compressão da mistura entre ar e combustível dentro das câmaras de combustão, garantindo a performance e eficiência dos componentes mecânicos.

Contudo, falhas na vedação ou danos estruturais podem comprometer sua eficácia e, consequentemente, levar ao quadro conhecido como queima da junta do cabeçote. Embora conhecida pelos estragos extremos que pode causar aos motores, a queima da junta do cabeçote pode ser reparada antes de provocar grandes prejuízos. Quem explica é Marlon Silva, coordenador técnico, da TAKAO, marca de componentes para motor comercializada pela Goop Distribuidora.

“A queima da junta do cabeçote ocorre pelo contínuo funcionamento do motor em temperaturas extremas, o que afeta as condições físicas da composição da peça, que se desgastam prematuramente, reduzindo sua eficácia, até queimá-la. Mas esse não é um processo imediato. Ela acontece gradativamente e pode ser identificada por uma série de sinais”, afirma o coordenador técnico.

Indicativos da queima da junta do cabeçote

– Perda de potência: ao queimar, a junta do cabeçote deixa de manter a compressão adequada nos cilindros. Com isso, a queima de combustível fica prejudicada, afetando a performance do motor. Durante a condução, será notada uma perda de potência, com uma redução nas retomadas das acelerações, falhas nas partidas ou mesmo a ocorrência de trancos na condução. Além de aumentar o consumo de combustível, esta condição pode acelerar o desgaste dos componentes e causar danos irreparáveis ao motor.

– Alto consumo de óleo e combustível: em uma situação de queima de junta do cabeçote, ocorrem vazamentos de óleo e fluído de arrefecimento para as câmaras de combustão, permitindo que se misturem. Isso leva a um aumento excessivo no consumo de óleo e o risco de danos pela falta de lubrificação adequada das peças do motor. Além disso, o consumo de combustível aumenta, uma vez que falhas na compressão dos cilindros exigirão mais combustível para manter a potência. A curto prazo, haverá um aumento nos gastos com combustível, no médio, com óleo lubrificante e no longo, com todo o conjunto motriz.

 Fumaça no sistema de exaustão: “À medida que a falha da junta do cabeçote piora, ela trará mais líquido de arrefecimento para a câmara de combustão, causando o funcionamento irregular do motor. Neste momento, haverá a emissão de fumaça branca saindo do tubo de escape. No entanto, o motorista pode não notar, devido à ação do catalisador e continuar a dirigir, sem se atentar para a gravidade da situação”, alerta Marlon. O especialista destaca que, contudo, após um tempo, o sistema catalítico também será afetado e a fumaça se tornará visível, além de ser facilmente notada pelo forte odor que será exalado pelo sistema de exaustão. Entretanto, a situação já terá se agravado, comprometendo ainda mais todo os sistemas.

–Vazamentos: é comum ocorrerem vazamentos do líquido de arrefecimento em situações de queima da junta do cabeçote. Em alguns casos, também pode haver vazamento de óleo lubrificante. Um sinal característico é o acúmulo do fluido do radiador em partes do motor ou abaixo do veículo. Atualmente, os fluidos e aditivos de radiador são disponibilizados com corantes, o que facilita a identificação desses vazamentos. “Quando o pistão está no curso de admissão, ele pode sugar uma pequena quantidade desse fluído para a câmara de combustão, que é queimada durante o evento, reduzindo gradativamente o nível do líquido”, comenta Marlon. Uma forma de garantir que não haja vazamentos é checar o nível do líquido arrefecedor no depósito de expansão. Se ele estiver muito baixo é sinal de que isso precisa ser averiguado, antes de ocasionar mais problemas.

– Contaminação de fluidos: durante a queima da junta, ocorre a mistura do óleo lubrificante com o fluído de radiador, provocando uma contaminação que afetará a lubrificação dos componentes. Ao verificar o óleo do motor, é possível notar que sua composição está alterada, apresentando uma aparência leitosa, com aspecto semelhante a café com leite ou milk shake. Nessa situação, o composto já perdeu praticamente todas suas propriedades e não lubrificará mais as partes de atrito, permitindo o desgaste prematuro e acentuado das peças do motor e agilizando o processo para a ocorrência de uma pane total do veículo.  

Como identificar uma junta de cabeçote queimada 

Uma junta de cabeçote queimada pode exigir uma série de reparos, dependendo da gravidade dos danos causados: da substituição da junta queimada e demais componentes, como cilindros, pistões, retentores, sensores de oxigênio e catalisador, até a troca do cabeçote ou do bloco do motor, no pior dos casos.

Para identificar a queima da junta do cabeçote, o especialista da TAKAO recomenda a realização de alguns procedimentos, como um teste de pressão do líquido arrefecedor para determinar se há vazamentos externos. Com o reservatório de expansão completo, deixa-se o motor do veículo em funcionamento por um período. À noite, o veículo é desligado. Pela manhã, é feita uma inspeção no motor e abaixo do carro, procurando por manchas e poças de fluído vazado após o esfriamento do conjunto motriz.

Outra maneira de avaliar é utilizar um boroscópio, equipamento dotado de uma microcâmera para verificar se há algum sinal de fluido na câmara de admissão, após a injeção de ar comprimido em seu interior. No entanto, Marlon indica que a melhor forma de se evitar a queima da junta do cabeçote é realizar as revisões preventivas com profissionais de confiança e sempre utilizar componentes de qualidade, respeitando as especificações dos fabricantes e reconhecidos pelo mercado.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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