Detecção de câncer: como funciona a biópsia líquida?
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A biópsia líquida é um método minimamente invasivo de diagnóstico e monitoramento de câncer. Essa técnica analisa amostras de sangue do paciente oncológico para detectar células tumorais circulantes, DNA tumoral circulante e outros biomarcadores relacionados à doença.
A detecção de mais de nove tipos de tumores em estágio inicial por meio de exame de sangue com Inteligência Artificial (IA) foi motivo de estudo publicado na revista científica The Lancet pela empresa SeekIn. A pesquisa apresentou a OncoSeek, tecnologia no exame que é feito por biópsia líquida (captura de 5 ml de sangue), com sensibilidade de 51,7%, para detectar todos os tipos de câncer e precisão de 84,3% para a detecção desses tumores.
“O exame é capaz de detectar se existe ou não existe a possibilidade de câncer naquele momento em que o paciente faz o exame. O estudo mostra a probabilidade de câncer mesmo que ainda não esteja macroscopicamente disponível para diagnóstico”, explica Raphael Brandão, coordenador médico na especialidade de Oncologia na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo e que teve participação na validação dos dados da pesquisa sobre biópsia líquida no Brasil.
O estudo reuniu a participação de quase 10 mil pacientes e representa uma esperança para e médica e de pacientes oncológicos por permitir a detecção e rastreamento de neoplasias em estágio inicial, aumentando as chances de sucesso no tratamento. A biópsia líquida não está disponível no País, mas a introdução no Brasil é esperada, já que apresentou sensibilidade de 37,1% a 77,6% para detectar os cânceres de mama, colorretal, fígado, pulmão, linfoma, esôfago, ovário, pâncreas e estômago.
Segundo o oncologista, o exame pode ser realizado por qualquer pessoa interessada, mas principalmente para a população com maior risco para o aparecimento da doença. Isto é, que tenha histórico familiar ou herança genética.
“Alguns benefícios da biópsia líquida incluem o fato de ser uma técnica menos invasiva, além de permitir acompanhar a recidiva do tumor e a resposta ao tratamento de forma mais frequente. O exame também pode identificar sinais de câncer antes que sejam visíveis em exames de imagem convencionais, melhorando as chances de cura do paciente”, explica Brandão.