Opinião: como a Shopee conquistou o coração – e o bolso – do brasileiro

*Por Alan Liberman // Em sua 4ª edição, nós, da Ecglobal, publicamos o ranking Net Love Score 2022 (NLS), que aponta as marcas com maior conexão emocional dos consumidores em 30 categorias. Trata-se de um estudo robusto que reúne mais de 4,1 mil entrevistados.

Quando pensamos nessa conexão, precisamos ter em mente que o engajamento emocional é construído ao longo do tempo e por meio dos diversos micromomentos e experiências que o consumidor tem com a marca, nas diversas etapas de sua completa jornada de consumo, seja no mundo real, seja no virtual.

Diferentemente de outros indicadores de desempenho como lembrança, admiração, identificação e satisfação, acreditamos que essa conexão não pode ser medida apenas como um indicador simples, unidimensional. E por essa razão, por meio do NLS medimos várias dimensões como intensidade, amplitude, preferência e lealdade com a marca.

Como Shopee vem se tornando uma das marcas mais amadas pelo brasileiro

Analisando a categoria "E-commerce/Marketplace", é possível ver que a Shopee, lançada no Brasil em 2019, mal aparecia em nosso ranking de 2020. Mas em 2021 conquistou a 2ª posição para finalmente desbancar a Lojas Americanas e chegar ao topo neste ano.

Ao avaliar o desempenho da Shopee entre diferentes gerações, podemos perceber que a marca chinesa se tornou uma das mais amadas pela temida e desejada Geração Z, formada por jovens de 18 a 25 anos. Para se ter ideia, o índice NLS da Shopee nesse grupo é quase quatro vezes maior do que o visto na Lojas Americanas. Entre pessoas da Geração Y (26 a 40 anos), a marca chinesa também apresenta superioridade, mas a competição é mais equilibrada. Enquanto a Lojas Americanas ainda é a querida da Geração X (41 a 60 anos).

Em nosso estudo, também medimos o NPS das marcas e, embora a satisfação com os serviços da Shopee seja mais alta do que a dos rivais, esse índice não parece explicar essa enorme diferença. Como parte de nosso levantamento, realizamos várias atividades em nossas comunidades para, por meio de conversas, entender as dinâmicas por trás das métricas.

Preços baixos, entregas mais ágeis, variedade e frete grátis aliado a uma estratégia digital com linguagem jovem, muitos memes e investimento pesado em influenciadores da Geração Z parecem fatores que contribuem para que a marca esteja bem próxima dos jovens. Como esse grupo é nativo digital e segue a opinião de seus pares, os algoritmos ajudam muito.

Resta aguardar os próximos passos dessa batalha pelos corações dos brasileiros.

*Alan Liberman é o CGO e Co-CEO da Ecglobal, empresa do Ecossistema Haus do Grupo Stefanini. A Ecglobal gera inteligência para marcas, por meio da criação e gestão de redes sociais e comunidades empoderadas