5 vezes em que o passado foi revelado pelo derretimento do gelo
Aventuras Na História
O aquecimento global vivido pelo planeta Terra não apenas torna os verões cada vez mais insuportáveis, como também traz consequências devastadoras para o meio ambiente, tal como aquecimento dos oceanos e o derretimento das calotas polares — destruindo assim ecossistemas adaptados a um ambiente mais frio.
Um detalhe que chama atenção é que, embora no geral a situação seja crítica, para a arqueologia, esse aumento de temperaturas possui um curioso efeito: o degelo em locais de permafrost (solo que passa o ano inteiro congelado) tem revelado artefatos do passado.
Frequentemente, itens históricos estão em ótimas condições de preservação devido às baixas temperaturas nos quais estiveram armazenados durante os últimos séculos ou milênios. Confira abaixo alguns exemplos marcantes de descobertas feitas em meio ao gelo:
1. Ötzi
A mais famosa múmia no gelo já encontrada foi Ötzi, um homem que viveu em 3.200 a.C., ou seja, há 5,3 mil anos. Ele foi desenterrado nos Alpes em 1991, chegando a ser confundido com o cadáver de um alpinista devido ao seu incrível estado de conservação, que surpreendeu os pesquisadores na época.
O 'homem do gelo sempre é alvo de estudos: sabemos que sua causa de morte foi uma flechada no peito, que ele possuía genes de calvície e que sua última refeição antes de morrer foi trigo selvagem, samambaia, íbex e veado. Além disso, inúmeras teorias foram elaboradas para explicar sua trajetória até ser descoberto no fim do século 20.
2. Kwäday Dän Ts'ìnchi
Kwäday Dän Ts'ìnchi foi encontrado na Colúmbia Britânica, uma província situada no Canadá, no ano de 1999. Também uma múmia que acabou preservada pelo gelo, ele foi descoberto por um trio de caçadores que, após perceberem o que haviam encontrado, decidiram notificar as autoridades, conforme repercutiu o portal Secrets of the Ice.
Segundo a análise de radiocarbono das roupas do homem, ele viveu há, no mínimo, 550 anos. Com ele, havia também outros artefatos, como um chapéu, uma bainha com uma faca de cobre dentro, um cordão decorado por uma conta de cobre e um manto de pele de esquilo.
A causa de sua morte, infelizmente, nunca foi revelada, no entanto, é possível que Kwäday Dän Ts'ìnchi tenha morrido como resultado das baixas temperaturas do local que atravessava.
3. Dardo de 10.000 anos
Em 2007, uma escavação em Yellowstone, uma área selvagem dos Estados Unidos, revelou um impressionante dardo criado por humanos há 10,3 mil anos. Feito de madeira de bétula, contava, provavelmente, com uma ponta afiada de pedra no passado.
O achado foi particularmente importante para a comunidade arqueológica norte-americana: são raras relíquias na América do Norte, segundo informou o portal The Archaeological Conservancy.
4. Avião perdido
De acordo com a CBC, em 1952 uma aeronave militar que transportava 52 pessoas (41 passageiros e 11 membros da tripulação) se chocou contra as geleiras do Alasca, nos Estados Unidos, após perder o controle.
O acidente, porém, foi marcado por um fato ainda pior para os familiares das vítimas. Devido à localização do avião, seus destroços não puderam ser recuperados. Uma equipe até chegou a visitar o local, todavia, a instabilidade da geleira fez com que a operação fosse abandonada.
Foi apenas em 2012, após cerca de 60 anos, que a carcaça da aeronave foi recuperada pelo exército militar norte-americano após ser redescoberta em meio à neve.
5. Desaparecidos
A escalada dos Alpes Andinos apresenta perigos, como o terreno irregular, que pode ocasionar quedas, as baixas temperaturas e a escassez de oxigênio na atmosfera à medida que se alcança terrenos mais altos. Muitas pessoas já morreram tentando chegar ao topo da cordilheira — esse mesmo problema, aliás, ocorre no Everest.
Um exemplo é o casal Marceline e Francine Dumoulin, que trabalhava, respectivamente, como sapateiro e professora de escola antes de desaparecerem em 1942, durante a Segunda Guera Mundial, aparentemente sem deixar vestígios. Seus cadáveres apenas foram encontrados em 2016.