Cientistas capturam imagens surpreendentes de parasitas no fundo do mar

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Novas imagens surpreendentes capturadas nas profundezas do oceano mostram dois parasitas sugadores de sangue firmemente presos à cabeça de um peixe das profundezas, conhecido como peixe-rato.
O vídeo, compartilhado pelo Instituto Oceânico Schmidt em uma publicação no Facebook, mostra dois pequenos crustáceos — copépodes — fixados em cada lado da cabeça do animal. O mais curioso? Longos sacos de ovos se estendem da parte traseira dos parasitas, fazendo o peixe parecer estar usando “rabos de porco” como adorno.
“Esses parasitas se alimentam do sangue e de fluidos do hospedeiro usando partes bucais especializadas, que penetram diretamente nos músculos do peixe”, explicou James Bernot, biólogo evolucionista do Museu Nacional de História Natural Smithsonian, em entrevista por e-mail à Live Science.
Embora não tenha participado da expedição, Bernot comentou sobre as imagens capturadas a 489 metros de profundidade, durante uma missão científica para explorar o fundo do mar ao redor das Ilhas Sandwich do Sul — um arquipélago subantártico de origem vulcânica no Oceano Atlântico Sul.
Parasitismo
Os parasitas pertencem à espécie Lophoura szidati, da família Sphyriidae, e estão fixados na cabeça de um peixe do gênero Macrourus, popularmente conhecido como granadeiro ou peixe-rato, devido à cabeça grande e à cauda longa e afilada.
Esses peixes habitam águas profundas e geladas, como as do Atlântico Norte e Sul e do Oceano Antártico, em profundidades que variam entre 400 e 3.185 metros.
Apesar de serem comuns, ainda se sabe muito pouco sobre os parasitas que vivem nesses ambientes extremos. O L. szidati é um dos mais frequentes encontrados em peixes do gênero Macrourus na região antártica.
Segundo Bernot, esses copépodes são classificados como mesoparasitas — ou seja, vivem parcialmente dentro e parcialmente fora do corpo do hospedeiro. No vídeo, é possível ver que apenas a parte dianteira do parasita está inserida no peixe, enquanto o restante do corpo e os sacos de ovos ficam para fora.
Copépodes parasitas passam por vários estágios de desenvolvimento. Eles geralmente infectam os peixes ainda na fase larval, quando penetram na pele do hospedeiro e começam a se alimentar.
Conforme crescem, se transformam e desenvolvem estruturas que funcionam como “âncoras”, mantendo-os firmemente presos ao hospedeiro. Cada parasita do vídeo carrega um par de sacos com centenas de ovos.
“Copépodes são surpreendentemente dedicados quando se trata de cuidar da prole, especialmente para invertebrados”, explicou Bernot ao portal. “Eles carregam os ovos consigo até que eclodam, liberando pequenas larvas nadadoras chamadas náuplios, que passarão por vários estágios até estarem prontos para encontrar seus próprios hospedeiros.”
Ainda há muito a descobrir sobre o ciclo de vida e a longevidade desses parasitas. No entanto, especialistas acreditam que eles podem viver por vários meses, crescendo de tamanho microscópico até o que se vê nas imagens.
Curiosamente, mesmo após a morte do parasita, restos de sua cabeça embutida podem permanecer no corpo do peixe por muitos anos.


