Cocô fossilizado revela motivo inusitado de morte de réptil há 250 milhões de anos
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Durante o período Triássico, um já extinto predador carnívoro era temível por seus dentes afiados e sua escama grossa que mais parecia uma armadura de combate. Um antigo réptil, provavelmente um fitossauro, que possui semelhanças como o moderno crocodilo, porém, sucumbiu por um motivo inusitado: infecção parasitária.
A causa da morte do réptil com focinho longo e membros curtos, que viveu há cerca de 252 milhões a 201 milhões de anos, só foi esclarecida recentemente por pesquisadores em artigo publicado pela revista PLOS One.
Segundo repercute a CNN Brasil, o que torna a pesquisa ainda mais curiosa é o fato de que os pesquisadores não encontraram os parasitas nos ossos ou dentes do fitossauro, mas sim em uma pepita de fezes fossilizadas — o material é conhecido como coprólito.
O cocô fossilizado
O resto das fezes preservadas foi encontrado em um sítio arqueológico na Tailândia. O material genético, de cerca de 200 milhões de anos, continha pequenas estruturas orgânicas semelhantes a ovos — com cerca de 50 a 150 micrômetros de comprimento.
Apesar do tamanho minúsculo, o cocô fossilizado abrigava cinco tipos diferentes de parasitas — sendo a primeira evidência de parasitas em um vertebrado terrestre da Ásia durante o final do Triássico.
"Nossos resultados nos dão novas maneiras de pensar sobre o meio ambiente e o modo de vida de animais antigos", relatou Thanit Nonsrirach, paleontólogo de vertebrados do departamento de biologia da Universidade Mahasarakham, em Kham Riang, Tailândia, e principal autor do estudo.
"Em estudos anteriores, apenas um grupo de parasitas foi encontrado em um único coprólito. No entanto, nosso estudo atual mostra que um único coprólito pode conter mais de um tipo de parasita", relatou ao sugerir que o animal hospedava numerosas infecções parasitárias.
O coprólito foi coletado em 2010 no afloramento Huai Nam Aun, no nordeste da Tailândia. Há milhões de anos, o local era uma lago — de água salobra ou doce — que foi habitado por diversas espécies de animais; o que inclui peixes parecidos com tubarões, anfíbios primitivos, repteis e até mesmo ancestrais das tartarugas.
Tais condições eram propícias à transmissão de parasitas", disse Nonsrirach.
Segundo os autores do estudo, o cocô fossilizado, que tinha a forma cilíndrica e media cerca de 7,4 centímetros de comprimento por 2,1 centímetros de diâmetro, tinha sua superfície “dura, lisa e de cor cinza”.