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Descoberta inusitada desafia compreensões sobre Estrelas de Nêutrons
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Descoberta inusitada desafia compreensões sobre Estrelas de Nêutrons

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Aventuras Na História
18/01/2025 12h30
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©James Josephides
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A culminação do ciclo vital de uma estrela frequentemente resulta em uma explosão catastrófica conhecida como supernova. Os núcleos densos que restam dessa explosão podem dar origem a estrelas de nêutrons, que são célebres por emitirem pulsos de rádio curtos e rápidos a partir de seus polos magnéticos.

Contudo, uma recente descoberta astronômica questiona as noções previamente estabelecidas sobre essas estrelas: foram identificadas emissões que persistem por mais de seis horas.

O estudo, divulgado na revista Nature Astronomy, expande o conhecimento sobre as características das estrelas de nêutrons, trazendo à tona novas questões sobre esses corpos celestes enigmáticos.

As Estrelas de Nêutrons

Para entender a relevância dessa descoberta, é fundamental compreender como funcionam as estrelas de nêutrons. Após a morte de uma estrela, o seu colapso provoca uma supernova, e os núcleos remanescentes se tornam essas estrelas extremamente densas. Elas são conhecidas por emitir feixes de rádio poderosos dos seus polos magnéticos enquanto giram rapidamente.

Esse giro gera pulsos de ondas de rádio que alcançam a Terra em intervalos regulares, razão pela qual são popularmente denominadas "faróis cósmicos" ou pulsares. O fenômeno é caracterizado por rotações que podem ocorrer em períodos tão breves quanto alguns segundos.

No entanto, nos últimos anos, cientistas têm encontrado eventos astronômicos que desafiam essa definição. De acordo com reportagens do ScienceAlert, foram detectados objetos que funcionam como pulsares, mas apresentam intervalos muito mais longos entre suas emissões.

Nova classe de objeto astronômico

Um dos objetos intrigantes abordados na pesquisa publicada em Nature é o ASKAP J1839-0756, considerado o pulsar mais lento já observado, com um período de rotação de seis horas e meia. A equipe responsável pela descoberta descreveu o processo em um artigo publicado no site The Conversation.

A identificação desse objeto ocorreu durante observações rotineiras utilizando o radiotelescópio ASKAP, pertencente ao Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO), situado na Austrália Ocidental.

Inicialmente, os pesquisadores notaram uma emissão de rádio que se assemelhava a uma explosão, cujo brilho caiu 95% em apenas quinze minutos. No entanto, essa não foi uma ocorrência isolada; o objeto continuou a emitir pulsos de rádio regularmente.

A singularidade da descoberta reside na baixa frequência desses pulsos. Para investigar mais detalhadamente, a equipe recorreu a outros instrumentos, como o Australia Telescope Compact Array e o radiotelescópio MeerKAT na África do Sul.

Implicações da descoberta

A análise detalhada revelou que o ASKAP J1839-0756 possui pulsos que ocorrem em um intervalo extraordinariamente longo de 6 horas e 30 minutos. Este fenômeno contradiz as teorias atuais sobre as estrelas de nêutrons e pulsares, que indicam que esses corpos celestes deveriam gradualmente perder sua energia rotacional até parar completamente de emitir pulsos.

Surpreendentemente, o ASKAP J1839-0756 continua a emitir sinais regulares apesar do seu ritmo extremamente lento. Isso leva os pesquisadores a questionar se este objeto representa uma anomalia cósmica ou se pode ser classificado como um magnetar — uma variante das estrelas de nêutrons com campos magnéticos intensamente poderosos que produzem pulsares com ritmos distintos.

Ainda não há conclusões definitivas sobre a natureza deste novo fenômeno; no entanto, os cientistas reconhecem que essa descoberta amplia significativamente as fronteiras do conhecimento humano sobre estrelas de nêutrons e os mecanismos pelos quais elas operam no cosmos.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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