Espécie de serpente que acabou de ser descoberta pode já estar extinta; entenda!
Aventuras Na História
O uso frequente de formalina, um produto químico utilizado para preservar espécimes, que danifica o DNA e torna desafiadora a recuperação das sequências genéticas, é um muito usado em diversos museus ao redor do mundo, mas dificulta o trabalho de pesquisadores.
No entanto, graças aos avanços recentes nas técnicas de extração de DNA, os biólogos agora têm a capacidade de estudar o código genético de espécimes antigos encontrados em museus, que podem incluir espécies raras ou mesmo extintas recentemente. Utilizando essa tecnologia de ponta, foi conduzida uma pesquisa que resultou na identificação de uma nova espécie de cobra das terras altas do leste do Zimbábue.
Este espécime foi coletado após ter sido atropelado em 1982, e a pesquisa foi publicada recentemente na revista PLOS One. Com muitas savanas e florestas secas, essas terras servem de lar para diversas espécies encontradas em nenhum outro lugar, segundo a Galileu.
A atenção dos cientistas foi direcionada para uma população peculiar de cobras nessa região por volta de 1920. Essas cobras exibiam um comportamento defensivo caracterizado por uma postura semelhante à de cobras como as najas, com um capuz expandido.
Nova espécie
Além disso, possuíam uma pele vermelha entre as escamas, criando a aparência de pontos pretos sobre um fundo vermelho quando estendiam o capuz. Essa descrição não correspondia a nenhuma outra cobra encontrada na área.
Alguns anos depois, ocorreram observações e medições adicionais, mas a paisagem havia sido significativamente modificada devido à silvicultura. Desde 1988, não há registros de avistamentos da rinkhals do Zimbábue, levantando a preocupação de sua extinção.
Utilizando análises detalhadas das diferenças sutis na contagem de escamas e dados de outros espécimes, foi possível classificar a rinkhals do Zimbábue como uma nova espécie, denominada Hemachatus nyangensis, ou rinkhals de Nyanga. O termo científico "nyangensis" faz referência a "Nyanga" em latim, indicando sua origem geográfica.
Animal perigoso
A Hemachatus nyangensis possui presas especializadas para cuspir veneno, embora esse comportamento não tenha sido amplamente documentado em interações com humanos. O veneno projetado nos olhos causa intensa dor e pode resultar em danos oculares e cegueira, a menos que seja tratado prontamente.
Surpreendentemente, a capacidade de cuspir veneno evoluiu independentemente em três ocasiões dentro do grupo mais amplo de cobras relacionadas às najas: uma vez nas rinkhals e duas vezes em cobras verdadeiras encontradas no sudeste da Ásia e África.