Estudo que tratava de fóssil de dinossauro roubado do Brasil é retirado do ar
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Na década de 1990, um fóssil de Irritator challengeri, um dinossauro que viveu no Nordeste, foi contrabandeado para fora do país. Um estudo alemão usando o crânio do animal jurássico, que foi levado para o Museu Estadual de História Natural de Stuttgart, foi criticado por usar o fóssil roubado, e acabou sendo retirado do ar do site que o hospedava nesta quarta-feira, 17.
O diretor executivo da revista científica virtual "Palaeontologia Electronica", Matus Hyzny, anunciou que derrubaria o artigo científico que usava o fóssil do Irritator challengeri após ser informado pelo g1 sobre o passado obscuro dos restos mortais do dinossauro nordestino.
Hyzny e dois dos pesquisadores envolvidos no estudo, Serjoscha Evens e Olof Moleman, são favoráveis à repatriação do fóssil, como declararam em seus perfis do Twitter. O diretor executivo da publicação prestou sua declaração ao portal de notícias g1, dizendo em entrevista que "nossa revista apoia plenamente a ideia da repatriação dos fósseis brasileiros".
Repatriação
O chefe da pesquisa que usou o fóssil do Irritator challengeri, o paleontólogo alemão Marco Schade, afirmou que os governos do Brasil e da Alemanha devem entrar em contato para avaliar a devolução do material que foi contrabandeado.
O dinossauro Irritator challengeri foi provavelmente encontrado na Bacia do Araripe, que fica entre o Ceará, o Pernambuco e o Piauí. Não há informações sobre o local exato do qual o fóssil foi extraído pelos contrabandistas. O estudo, que foi retirado do ar por causa dos debates éticos envolvendo o uso do fóssil, afirmava que o dinossauro era um caçador mais rápido e versátil do que se imaginava antes.
Quando o fóssil foi vendido pelos contrabandistas, eles reconstruíram partes que faltavam do crânio do Irritator challengeri para parecer que a peça estava completa, aumentando o valor a ser pago por ela pelo museu alemão que a comprou.