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Nova espécie de hominídeo é descoberta a partir de mandíbula
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Nova espécie de hominídeo é descoberta a partir de mandíbula

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Aventuras Na História
06/02/2025 17h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16457152/original/open-uri20250206-19-59kbz?1738861331
©Divulgação/Lazarus Kgasi
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Em 1949, uma mandíbula datada de 1,4 milhão de anos foi encontrada em uma caverna do sítio arqueológico de Swartkrans, na África do Sul, junto a outros fósseis de ancestrais humanos. E segundo um estudo recente, esse osso pode pertencer a um antigo hominídeo até então desconhecido.

O hominídeo em questão foi identificado como pertencente ao gênero Paranthropus, conhecido mais popularmente como "homem quebra-nozes", devido às grandes mandíbulas e molares. Porém, a nova espécie descoberta chama atenção por possuir maxilar e dentes menores que os outros exemplares, o que sugere que o apelido pode não ser tão apropriado quanto se pensava.

Vale mencionar que, quando o Paranthropus ainda vivia, existiam vários hominídeos diferentes vagando pelo mundo. Nosso gênero, Homo, surgiu há cerca de 2,8 milhões de anos, e nossa espécie, Homo sapiens, há pelo menos 300 mil anos.

Um detalhe curioso sobre nosso passado é que os primeiros Homos que surgiram, se sobrepuseram ao Paranthropus (que ainda é mais relacionado geneticamente aos humanos que aos chimpanzés). Até recentemente, só eram conhecidas três espécies de Paranthropus — P. aethiopicus, P. boisei e P. robustus —, que viveram entre 1 milhão e 2,7 milhões de anos atrás.

Com as novas descobertas, agora os pesquisadores sugerem que ao menos duas espécies de Paranthropus habitaram o sul da África há 1,4 milhões de anos, o P. robustus e o recém-descoberto, chamado de P. capensis. "Eles provavelmente tinham nichos ecológicos diferentes", explica Clément Zanolli, paleoantropólogo da Universidade de Bordeaux, na França, e principal autor do estudo, ao Live Science.

Zanolli acrescenta que o P. robustus provavelmente tinha uma dieta mais especializada, "como sugerido pela mandíbula e dentes enormes, enquanto P. capensis, que exibe dentes menores e uma mandíbula menos robusta, pode ter tido uma dieta mais variada e potencialmente explorado diferentes recursos alimentares".

Representação comparativa do formato e tamanho dos dentes do Paranthropus capensis e do Paranthropus robustus / Crédito: Divulgação/Clément Zanolli

Descoberta

No novo estudo, publicado na edição de março do Journal of Human Evolution, os pesquisadores examinaram a mandíbula descoberta em Swartkrans em 1949, que foi chamada de SK 15. "Swartkrans é, portanto, um local essencial para descobrir a extensão da diversidade dos hominídeos e entender as potenciais interações entre várias espécies de hominídeos", opina Clément Zanolli ao Live Science.

A princípio, cientistas pensavam que o SK 15 pertencia a uma espécie nova de hominídeo, que chamaram de Telanthropus capensis. Porém, na década de 1960, outros pesquisadores sugeriram que aquela mandíbula era de uma espécie primitiva esbelta, conhecida como Homo ergaster.

A partir de varreduras de raios X e da análise de modelos virtuais 3D do SK 15 e de outras mandíbulas, Zanolli e sua equipe determinaram que o osso descoberto em 1949 não era um H. ergaster, mas de fato uma espécie, até então desconhecida, de Paranthropus.

Esta é a primeira vez desde a década de 1970 que uma nova espécie de Paranthropus foi identificada", destaca o pesquisador ao Live Science.

O que os pesquisadores notaram foi que, por mais que a estrutura externa do SK 15 se pareça realmente com a do H. ergaster, ela é "um pouco estranha para o Homo". Isso porque o SK 15 ainda é extremamente grosso quando comparado à mandíbula de qualquer outro Homo, sem mencionar que seus molares são longos e retangulares, enquanto os do Homo são mais arredondados.

Além disso, também foi determinado que a estrutura interna dos dentes do SK 15 não correspondia a de nenhum espécime conhecido de Homo, reforçando que aquele fóssil não era de H. ergaster. Por sua vez, o formato da mandíbula, bem como tamanho e formato das coroas e raízes dos dentes, eram parecidos com Paranthropus.

Porém, o osso ainda parecesse diferente de qualquer outro espécime de Paranthropus, visto que a mandíbula e os dentes ainda eram significativamente menores. Por isso, os pesquisadores sugeriram que o SK 15 não pertencia a nenhuma das três espécies conhecidas de Paranthropus, mas sim desta espécie recém-descoberta, nomeada P. capensis.

Agora, os pesquisadores esperam que estudos futuros revelem se o P. capensis foi um beco sem saída evolutivo ou não, o que ainda não pode ser determinado, visto que o registro fóssil de hominídeos primitivos é bastante escasso em toda a África. Porém, para Zanolli, ainda pode haver novas espécies de Paranthropus "que sobreviveram muito mais tempo do que sabemos atualmente".

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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