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Novo estudo revela que desigualdade social não é inevitável
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Novo estudo revela que desigualdade social não é inevitável

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Aventuras Na História
15/04/2025 14h00
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©Divulgação/Linda Nicholas e Gary Feinman
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Em diferentes sociedades, épocas e lugares pelo mundo, a desigualdade pôde ser vista como um elemento quase inerente, o que leva muitas pessoas a pensarem que isso é um mal inevitável da humanidade. Porém, um novo estudo discorda dessa ideia.

A partir da análise de mais de mil assentamentos ao redor do mundo, que revelam mais sobre a humanidade em diferentes regiões nos últimos 10 mil anos, arqueólogos descobriram que, por mais que a desigualdade social aumentasse em paralelo à população, essa não é uma tendência garantida.

Para tal conclusão, os arqueólogos utilizaram-se de uma medida surpreendentemente simples: o tamanho das casas. O estudo foi publicado na última segunda-feria, 14 de abril, na revista PNAS, e é parte do projeto The Global Dynamics of Inequality (GINI).

"Em relação à desigualdade econômica, o velho ditado de que a história tende a ser escrita pelos vencedores, os ricos e poderosos, provavelmente se aplica aqui", explica o principal autor do estudo, o professor de arqueologia e curador MacArthur de Antropologia Mesoamericana, Centro-Americana e do Leste Asiático no Field Museum em Chicago, Gary Feinman, ao Live Science.

Se a desigualdade for considerada natural ou inevitável, qualquer esforço para mitigá-la ou controlá-la provavelmente seria desencorajado", complementa Feinman.

Desigualdade

A desigualdade nas populações pode ser observada desde os suntuosos túmulos dos faraós egípcios, até os tesouros esquecidos e sacrifícios de crianças em outras sociedades. Porém, embora seja um objetivo fundamental da arqueologia, quantificar a evolução da desigualdade humana e o que explica seu surgimento ainda é um objetivo bastante difícil e controverso.

Segundo o Live Science, a narrativa convencional sustenta a hipótese de que a desigualdade foi incorporada às sociedades desde o início da prática da agricultura, que permitiu que elites ricas acumulassem os excedentes produzidos, o que já seria uma forma de acúmulo de riqueza. Porém, outras pesquisas acreditam que essa narrativa é enganosamente simplista.

Portanto, para o estudo, os arqueólogos mapearam o aumento das diferenças de riquezas a partir de medidas das estruturas sociais em diferentes locais, a fim de comparar os dados entre regiões geográficas e épocas distintas.

Uma medida comum utilizada nas sociedades modernas para medir o índice de desigualdade é o coeficiente de Gini. Ele é calculado como um número entre 0 e 1 — sendo 0 representando a igualdade perfeita, com todos possuindo a mesma riqueza, e 1 a desigualdade perfeita, com um indivíduo possuindo tudo —; e, para referência, os Estados Unidos possuem um coeficiente de Gini de cerca de 0,41, enquanto a Noruega, de 0,27, segundo o Banco Mundial.

E para o estudo, foram analisadas 50 mil casas em cerca de 1.000 assentamentos distribuídos entre a Mesoamérica, a América do Norte, Europa e Ásia, construídos entre o fim do Pleistoceno (há cerca de 12 mil anos) e o século 15.

A partir da variabilidade no tamanho das casas nos assentamentos, tomado como um indicador aproximado de riqueza, os pesquisadores calcularam o coeficiente de Gini para cada sítio. Em seguida, uma análise estatística comparou os índices com a complexidade política de cada sociedade.

Ao comparar as tendências dos valores, os pesquisadores concluíram que a desigualdade histórica não ocorreu da mesma forma em todos os lugares, e também não aumenta naturalmente, junto ao crescimento populacional e aumento da complexidade dos governos. Em vez disso, as próprias escolhas tomadas pelas sociedades sobre a distribuição de riqueza que mantiveram as disparidades sociais sob controle.

"Esses mecanismos de nivelamento são altamente variáveis ​​ao longo do tempo e do espaço", explica Feinman. Porém, ele destaca que eles tendiam a usar sistemas tributários e leis que redistribuíam ou impediam a alta concentração de riqueza.

Por exemplo, sabemos que na Atenas antiga, era esperado de indivíduos ricos que eles financiassem obras públicas e certos festivais. Dessa forma, muitas sociedades também redistribuíam a riqueza dos mortos, ou até mesmo cancelavam as dívidas daqueles que morriam.

Ao Live Science, Feinman acrescenta que não ficou surpreso com a variabilidade regional e temporal, mas sim satisfeito em documentar as tendências empiricamente, em uma grande variedade de locais. "Agora, discussões sobre um dado ou outro provavelmente terão pouco impacto nos padrões generalizados que observamos. Eu nunca aderi às alegações ideológicas de que a desigualdade é inevitável ou natural, ideias que espero que não ressurjam após este estudo coletivo", declarou.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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