Obra de grandes proporções na China estaria afetando rotação da Terra? Entenda!
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A possibilidade de uma barragem influenciar a rotação da Terra gerou um debate surpreendente entre cientistas. A Barragem das Três Gargantas, situada na província de Hubei, na China, é uma estrutura colossal que se estende por mais de dois quilômetros e atinge 180 metros de altura, tendo sido projetada para controlar enchentes, melhorar o transporte fluvial e gerar energia.
De acordo com informações do portal O Globo, desde sua inauguração em 2014, a barragem se tornou a maior do mundo em tamanho e capacidade de contenção. Com o enorme volume de água retido, pesquisadores passaram a investigar seus possíveis efeitos na distribuição da massa da Terra, o que poderia impactar de forma sutil a rotação do planeta.
Um relatório do IFLScience indica que o deslocamento de um volume tão massivo de água pode afetar o momento de inércia da Terra, influenciando sua rotação.
Segundo o Huffington Post, “o deslocamento alterou a distribuição da massa da Terra, impactando seu momento de inércia e, consequentemente, sua rotação.” As suspeitas foram inspiradas em um estudo da Nasa de 2005, que analisou como o terremoto e tsunami de 2004 no Oceano Índico alteraram a rotação do planeta.
Na ocasião, o movimento das placas tectônicas mudou a massa terrestre, reduzindo a duração de um dia em 2,68 microssegundos, mostrando que grandes deslocamentos de água ou terra podem afetar sutilmente a rotação. O geofísico da Nasa, Benjamin FongChao, também alertou que a Barragem das Três Gargantas, com capacidade para reter 40 km³ de água, poderia aumentar a duração de um dia em aproximadamente 0,06 microssegundos.
Posição do polo
Além disso, Chao sugeriu que a barragem poderia deslocar a posição do polo terrestre em cerca de 2 centímetros. Embora essas alterações sejam imperceptíveis no cotidiano, elas são significativas do ponto de vista geofísico, pois demonstram o impacto que uma obra humana pode ter na dinâmica da Terra.
Atividades humanas têm contribuído para mudanças planetárias que afetam a rotação, como as alterações climáticas, que também influenciam a distribuição da massa terrestre.
Se esses impactos persistirem, alguns cientistas acreditam que, no futuro, poderão ser necessários ajustes em sistemas de medição de alta precisão, como os relógios atômicos, para compensar o que pode ser chamado de "segundo bissexto negativo".