Restos de gigantesca placa tectônica é descoberta e surpreende pesquisadores
Aventuras Na História
Uma incrível descoberta científica revela a existência de uma placa tectônica do Jurássico Superior, reconstruída pela geóloga Suzanna van de Lagemaat, da Universidade de Utrecht, na Holanda.
Essa placa, cuja existência já era prevista há mais de uma década, intrigou pesquisadores e acaba de ser documentada em um estudo publicado na revista Gondwana Research no final de setembro.
A pesquisa, conduzida em colaboração com o orientador de doutorado da geóloga, o professor Douwe J.J. van Hinsbergen, especialista em tectônica global e paleogeografia na mesma universidade, revela a dimensão surpreendente dessa placa tectônica.
A busca por evidências dessa placa misteriosa envolveu investigações detalhadas em cordilheiras montanhosas em várias regiões, incluindo o Japão, Bornéu, Filipinas, Nova Guiné e Nova Zelândia. Van de Lagemaat e sua equipe reuniram fragmentos de placas antigas do manto da Terra para reconstruir o que chamaram de “Pontus”, nome atribuído pelos cientistas.
Fonte de informações
A reconstrução dos movimentos das placas atuais, sobretudo entre o Japão e a Nova Zelândia, forneceu informações cruciais sobre o tamanho e a área de abrangência dessa placa extinta. No entanto, análises magnéticas revelaram que as evidências eram provenientes de regiões mais ao norte e que, portanto, pertenciam a uma placa tectônica anteriormente desconhecida.
As relíquias dessa placa recém-descoberta não se limitam ao norte de Bornéu, mas também se estendem para ilhas nas Filipinas Ocidentais e o Mar da China Meridional. Isso sugere que essa placa tectônica, chamada Pontus, fazia parte de um sistema tectônico de placas que se estendia desde o sul do Japão até a Nova Zelândia, e que existiu por pelo menos 150 milhões de anos.
Anomalias reveladoras
A possibilidade de prever a existência da placa Pontus surgiu devido às anomalias detectadas nas zonas de subducção, que ocorrem quando uma placa afunda no manto da Terra. Essas anomalias deixam marcas de temperaturas ou composições atípicas, que podem ser observadas por meio de sismógrafos que registram os sinais de terremotos.
Isso permite que os cientistas reconstituam eventos que ocorreram até 300 milhões de anos atrás, incluindo as transformações e movimentos de placas tectônicas, segundo a Galileu.
Há 11 anos, pensávamos que os remanescentes de Pontus poderiam estar no norte do Japão, mas desde então refutamos essa teoria", explica Douwe J.J. van Hinsbergen, o orientador da doutoranda. "Foi somente depois que Suzanna reconstruiu sistematicamente metade das cordilheiras montanhosas do 'Círculo de Fogo', do Japão, passando por Nova Guiné até a Nova Zelândia, que a placa Pontus proposta se revelou e incluiu as rochas que estudamos em Bornéu", acrescentou.