Vacina experimental contra o HIV apresenta resultados promissores em testes iniciais
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Uma vacina experimental contra o HIV está apresentando resultados promissores em sua fase inicial de testes. Desenvolvido pelo Duke Human Vaccina Institute (DHVI), nos Estados Unidos, o imunizante demonstrou ser capaz de induzir a produção de anticorpos com ampla capacidade neutralizante do HIV em um pequeno número de pessoas.
Os anticorpos amplamente neutralizantes do HIV, conhecidos como bNAbs (Broad neutralizing antibodies, em inglês), são capazes de reconhecer e neutralizar diferentes cepas do vírus da imunodeficiência humana. Desde a descoberta desses anticorpos na década de 1990, pesquisadores vêm buscando encontrar uma forma de desenvolver uma vacina capaz de estimular a produção desses anticorpos pelo sistema imunológico humano.
Publicado no periódico Cell na última sexta-feira (17), um estudo revelou que a vacina do DHVI, ainda em estágio inicial de testes, conseguiu induzir a produção de bNAbs em participantes após a aplicação de duas doses. Vale ressaltar que esses anticorpos são produzidos apenas por 10% a 25% das pessoas que vivem com o HIV e podem levar anos para se desenvolverem naturalmente.
A primeira fase dos testes do imunizante, iniciada em 2019, contou com a participação de 24 voluntários, dos quais quatro receberam um placebo. Após a administração da terceira dose, um participante apresentou reação alérgica severa ao polietilenoglicol (PEG), substância utilizada para estabilizar a formulação da vacina, o que levou à interrupção dos testes. Até então, cinco pessoas já haviam tomado três das quatro doses planejadas, e outras 15 participantes receberam apenas duas doses. Entre aqueles que receberam três doses, dois apresentaram os anticorpos desejados, sendo que um deles conseguiu neutralizar de 15% a 35% das cepas de HIV em testes realizados com células.
Para retomar os testes, a vacina foi reformulada sem o uso de PEG. Apesar dos resultados promissores, é importante ressaltar que o imunizante ainda está em fase inicial de desenvolvimento. "Nossas próximas etapas são induzir anticorpos neutralizantes mais potentes contra outros locais do HIV para evitar a fuga do vírus. Ainda não chegamos lá, mas o caminho a seguir agora está muito mais claro", afirma Barton Haynes, imunologista do DHVI, em entrevista ao Science Alert.
A vacina experimental contra o HIV do DHVI demonstrou ser capaz de gerar anticorpos neutralizantes do vírus em seres humanos, representando um avanço significativo em relação às pesquisas anteriores. Os próximos passos envolvem o desenvolvimento de anticorpos ainda mais potentes para combater diferentes variantes do HIV e a ampliação dos testes.