Home
Tecnologia
A história de John Romero e Carmack, que revolucionaram os jogos de PC
Tecnologia

A história de John Romero e Carmack, que revolucionaram os jogos de PC

publisherLogo
Tecmundo
11/08/2023 18h30
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
https://timnews.com.br/system/images/photos/15708158/original/open-uri20230811-18-16cpkd5?1691793679
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE

John Carmack e John Romero são dois gênios loucos dos games. Pode ser que você não os conheça pelos nomes, mas eles são responsáveis por vários dos conceitos de jogos famosos e de tecnologias usadas até hoje em games que você joga. 

Tudo isso foi criado em meio a excentricidades absurdas e histórias tão loucas que chega a ser difícil de acreditar, mas que fazem a vida dele ser tão interessante e impressionante. Não à toa, eles são considerados duas das pessoas mais importantes, influentes e sem noção da história dos videogames.

O jovem John Romero no começo dos anos 90. O jovem John Romero no começo dos anos 90. 

John Romero nasceu em meio a muita dificuldade. Por ser descendente de índios e de mexicanos, ele teve uma vida dura no Colorado (Estados Unidos), mas como seu pai era ex-mecânico da Força Aérea, conseguiram aos poucos se reerguer. Ele passou a gostar de videogames vendo Space Invaders, Pac Man, jogos de labirintos e vários games desenvolvidos para o antigo Apple II. 

Já John Carmack nasceu no Kansas, filho de um repórter de uma emissora. Estudou em boas escolas e desde cedo já era considerado um gênio. Gostava dos mesmos tipos de jogos que Romero, seu futuro parceiro. 

Inclusive, querendo usar ainda mais o Apple II, ele criou uma solução química para derreter janelas de uma escola e assim ajudar alguns amigos a roubar alguns modelos. A ideia não deu certo, pois um dos comparsas ficou entalado, fazendo o alarme disparar, em uma cena digna de filme da Sessão da Tarde. 

Mas as consequências foram reais: ele passou cerca de um ano preso e foi diagnosticado por psicólogos como sem empatia com seres humanos e apenas “um cérebro com pernas”. Um diagnóstico que falava muito sobre futuro dele.

O jovem John CarmackO jovem John Carmack

Enquanto Carmack inaugurava sua ficha criminal, João Romero já estava programando em seu Apple II com apenas 13 anos de idade. Com 16 ele já tinha um jogo publicado e sua própria empresa, se tornando capa de revistas especializadas no fim dos anos 80. Até 1989, ele passou por diversas companhias, fundou outras, criou e cocriou dezenas de jogos, até seu amigo de parceiro de negócios Jay Wilbur o convencer a aceitar uma proposta para comandar a divisão de projetos especiais da Softdisk, uma pequena companhia de jogos para PC em MS-DOS.

Enquanto Romero chegada na Softdisk, Carmack, por outro lado, conseguiu entrar em uma boa faculdade devido à sua grande inteligência, mesmo já tendo ficha criminal. No entanto, ele largou os estudos já no segundo semestre, passando a trabalhar como freelancer. 

Foi assim que ele conheceu John Romero, que passou a contratá-lo para trabalhos esporádicos na Softdisk. Junto a ele, chegaram também o xará de sobrenome Adrian Carmack, do departamento de artes e Tom Hall, designer criativo. O trabalho deles era principalmente comandar o Gamer’s Edge, um sistema de assinatura semestral e jogos feitos por eles mesmos. Foi ali que tudo começou. 

Carmack se mostrou um prodígio ao criar o sistema de rolagem de tela suave de alta qualidade para qualquer direção que funcionasse nos PCs. Rolagem de tela já era super comum nos consoles, como Nintendo 8 bits, mas um imenso obstáculo na programação de jogos para computador. 

Ele detonou esse obstáculo refazendo todas as primeiras fases do Super Mario Bros 3 em um limitadíssimo computador de 1990, e de maneira rápida: Carmack e Tom Hall programaram tudo em apenas uma noite. Romero e Wilbur entenderam que aquilo era um novo passo para a indústria dos jogos para PC, pois agora poderiam competir com os consoles.

Só que ao invés de aproveitar essa incrível inovação e criar jogos revolucionários para PC, eles tiveram a bizarra ideia de pegar os computadores da Softdisk para melhorar demonstração e mandar ela para Nintendo, pedindo para Big N quebrar exclusividade dos jogos de Mario em contratá-los para fazer um port dos jogos para PC. Pura inocência. Após semanas de trabalho, a Nintendo, que em poucos meses lançariam Super Nintendo com a exclusividade dos jogos de Mario como o marketing principal, obviamente recusou a oferta. 

 

John Romero e John Carmack hoje se falam apenas superficialmente, mas são sempre lembrados juntos nas listas de pessoas mais importantes da história dos Games. A vida deles se tornou o best-seller Masters of Doom, que não só serviu de principal fonte para este artigo, como também teve os direitos comprados pelo ator James Franco para produzir uma série. Além disso, a história ainda inspirou Palmer Luckey a investir em óculos de realidade virtual portáteis, tornando-os como conhecemos hoje. 

Romero e Carmack só possuem duas coisas em comum: são nerds e malucos, mas juntos praticamente fizeram a indústria dos jogos em computador parar de engatinhar e dar saltos de evolução em muito pouco tempo. Não só por seus jogos e tecnologias revolucionárias, mas também por descobrirem e prepararem diversos profissionais na área que foram para outras companhias.

Franquias como Call of Duty, empresas como a Epic e a Valve, jogos online e de Lan House e vários games realistas em 3D, tem muito a agradecer a esses dois gênios loucos. Um legado inesquecível banhado a muito sangue pixelado e todo tipo de excentricidade.

 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE
Confira também